Manifesfações de ontem, apesar de menores, continuam legítimas
Havia forte expectativa sobre as manifestações de ontem contra a corrupção do governo Dilma Rousseff. De acordo com dados oficiais, foram às ruas ontem cerca de 700 mil brasileiros. Um número menor do que o de 15 de março – 3 milhões – mas continua muito representativo.
A representatividade dos protestos vem na esteira da pesquisa Datafolha que mostra que 63% dos entrevistados concordam com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando 33% são contra e 4% não sabem/não responderam. 6 em cada 10 brasileiros querem a saída de Dilma, isso não é pouco.
Se considerarmos o resultado das urnas, uma minoria reelegeu Dilma, quando num contingente de 143 milhões de eleitores, a presidente recebeu 54,5 milhões de votos. Não dá pra ficar contestando o resultado da eleição, mas o fato é que apenas 38% dos eleitores brasileiros disseram sim a mais um mandato para Dilma Rousseff.
Na prática, de acordo com o Datafolha, a presidente já tem menos lastro político do que tinha quando foi reeleita, quando apenas 33% dos entrevistados discordam do impeachment, esse contingente compreende certamente os simpatizantes do PT, de Dilma, de Lula e de partidos aliados.
O que observamos ao longo desses pouco mais de cem dias de governo é que a presidente não consegue mudar o panorama político. Ela não consegue convencer o povo brasileiro que é capaz de fazer o país sair do buraco que seu governo colocou. Consequentemente as pessoas passam a rejeitar o seu governo e a figura pessoal da presidente.
Defender sua renúncia, cassação ou até mesmo impeachment não é defender um golpe, mas sim salvaguardar o país dos desmandos do governo. Por muito menos as pessoas foram às ruas e tiraram Collor do poder. A sangria da presidente Dilma Rousseff vai continuar.
Bola fora – O senador Aécio Neves, maior figura da oposição ao PT, mais uma vez deu uma bola fora ao não comparecer aos protestos. Aécio sintetiza a força de 51 milhões de brasileiros que votaram nele. Se fosse num governo do PSDB essas manifestações com certeza Lula estaria lá pra tirar proveito político da situação.
União – O governador Paulo Câmara conseguiu reunir num jantar em Caruaru os grupos de Tony Gel, João Lyra e Jorge Gomes. Só faltou o prefeito Zé Queiroz. O jantar foi organizado pelo ex-governador João Lyra Neto, que pretende lançar sua filha Raquel à prefeitura de Caruaru.
Presentes – Enquanto Aécio Neves prefere se esconder, em Pernambuco os deputados Mendonça Filho, Augusto Coutinho e Bruno Araújo eram figuras carimbadas nos protestos contra a presidente Dilma Rousseff no ato realizado na Av. Boa Viagem ontem.
Oito meses – Hoje completam oito meses do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos e seis integrantes da sua equipe em Santos. Até hoje não se tem nenhuma conclusão sobre o fato ocorrido que interrompeu a trajetória política do socialista.
RÁPIDAS
Elias Gomes – Ao lançar a pré-candidatura de Arimatéia a prefeito de Ribeirão, o prefeito Elias Gomes dá o start visando 2016. Além de um sucessor ligado a ele em Jaboatão, o prefeito pretende emplacar também Betinho Gomes no Cabo. Se lograr êxito, Elias será um importante ator político em 2018 podendo figurar numa chapa majoritária.
Favorável – De acordo com o Datafolha 75% dos entrevistados são favoráveis aos protestos contra a presidente Dilma Rousseff, apenas 19% são contrários às manifestações.
Inocente quer saber – Como o Palácio do Planalto recebeu a pesquisa Datafolha que mostra 63% dos entrevistados a favor do impeachment?