Fantasma de João da Costa assombra PT em 2018
Eleito em 2008, João da Costa assumiu em 2009 e enfrentou muita dificuldade ao longo da sua gestão principalmente porque rompeu com João Paulo, seu padrinho político. Apesar disso, tinha condições reais de renovar seu mandato de prefeito do Recife caso fosse candidato a reeleição, pois disputaria sentado na cadeira e teria o apoio de Lula e Eduardo, ambos bem-avaliados em seus respectivos cargos.
O PT com a sua eterna divisão impôs João da Costa a um humilhante processo de prévias para a disputa com Maurício Rands pela indicação de candidato do partido ao mandato de prefeito. Apesar do ilógico processo de prévias ocorrer, João da Costa derrotou Maurício Rands no voto com a base petista. Mais uma vez o PT fez nova violência contra o então prefeito, e anulou o processo de prévias deixando para a executiva nacional a indicação do candidato.
Naquela ocasião, Humberto Costa foi ungido pelo PT como candidato do partido a prefeito, porém Eduardo Campos que assistiu de camarote a confusão petista tirou do colete um candidato desconhecido do grande público mas que foi crescendo durante a campanha porque recebeu o apoio de uma ampla frente política, e terminou vitorioso no primeiro turno: o atual prefeito Geraldo Julio.
Aquele caso impôs ao PT três derrotas majoritárias, duas no Recife e uma apoiando Armando Monteiro para governador indicando João Paulo para o Senado, e até hoje o partido não se encontrou, perdendo lideranças importantes e ficando cada vez minúsculo na engenharia política do estado. A pré-candidatura de Marília Arraes surgiu como uma luz no fim do túnel para o partido, ganhando apoios em todas as regiões do estado e tornando-se a principal ameaça a reeleição de Paulo Câmara.
Em vez do apoio irrestrito a um projeto que mesmo que não saísse vitorioso reoxigenaria o partido no estado, Humberto Costa, sempre ele, mais uma vez trabalha para retirar Marília Arraes do páreo no sentido de levar o partido para a base de Paulo Câmara e ser candidato a reeleição para o Senado.
No próximo dia 10 o PT se submeterá a um novo processo de prévias, e se ele não ocorrer de forma republicana, o partido corre um risco de novamente sair dividido. Se porventura ficar com Paulo Câmara negando a legenda a Marília Arraes, é provável que a base não aceite, e o partido ficará fragilizado, levando o problema para o palanque do governador, que poderá ser prejudicado pela lavagem de roupa suja que inexoravelmente ocorrerá no partido.
DEM – Além de lançar Mendonça Filho para o Senado e Fernando Filho para deputado federal, o partido apresentará Antonio Coelho e Andrea Mendonça para deputado estadual e Vinícius Mendonça para deputado federal. Para um partido que quase sumiu do mapa em Pernambuco, o DEM voltará a ter grande representatividade no estado.
Problemas – A Frente Popular já começa a ter ruídos entre os partidos que compõem a base do governador Paulo Câmara. Candidatos a deputado federal de dois partidos governistas reclamam do avanço em suas bases patrocinado pelo Palácio do Campo das Princesas para ajudar João Campos a ser o deputado federal mais votado do estado.
Insatisfação – Não chamem para um mesmo lugar os deputados federais Eduardo da Fonte e Felipe Carreras. A briga se dá pelo apoio da vereadora Natalia de Menudo que era de Eduardo e agora será de Felipe. Dudu já declarou guerra ao ex-secretário de Turismo e não irá deixar barato. Além desses problemas, o governador Paulo Câmara terá que administrar outras rusgas entre aliados na Frente Popular.
Reforço – Se Sebastião Oliveira e Eduardo da Fonte fossem juntos para Armando Monteiro garantiriam um bom tempo de televisão, através do PR e do PP, e poderiam emplacar a vice na chapa do petebista. O acordo feito pelo Palácio com o PP de entregar a secretaria de Desenvolvimento Econômico não foi cumprido e a relação entre o partido e o governador estaria azedando. Com Armando, Sebastião e Dudu teriam um protagonismo maior do que com Paulo Câmara, que só quer saber de Jarbas e do PT.
RÁPIDAS
Veterinário – O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, lembra que Serra foi a primeira cidade a ter um hospital público veterinário no estado. Recife também tem um hospital que entrou recentemente em funcionamento.
Polêmica – O secretário de segurança cidadã Murilo Cavalcanti durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco fez uma afirmação polêmica de que só haverá solução para o crime organizado se os chefes do crime fossem extraditados para presídios de segurança máxima nos Estados Unidos.
Inocente quer saber – Algum partido integrante da Frente Popular irá para Armando Monteiro?
Deixe um comentário