No cenário econômico atual, ninguém cumpriu todas as promessas de campanha
O governador Paulo Câmara foi eleito em 2014 na esteira de um desejo de continuidade do governo Eduardo Campos impulsionado pela comoção gerada pela morte do ex-governador. Naquela campanha as promessas do então candidato do PSB eram de manter o alto nível de gestão proporcionado por Eduardo ao longo de sete anos e três meses do seu governo e aprimorar uma série de coisas a fim de entregar aos pernambucanos uma gestão ainda melhor.
Passados quase dois anos do início do governo Paulo Câmara, há uma gritaria de críticos do governador por conta das dificuldades que Pernambuco tem enfrentado e principalmente o não cumprimento de promessas de campanha por parte do governador. Pois bem, numa crise como a que vivemos há o fechamento de empresas e de postos de trabalho, consequentemente há uma queda da arrecadação do estado e por conta do desemprego há um aumento significativo dos índices de violência.
Pernambuco viveu um momento sui generis durante o governo Eduardo Campos, com um boom jamais visto em Suape. Ali ocorria como consequência a ocupação quase que total dos imóveis, a construção de novos empreendimentos, a compra de produtos, de veículos, etc. A economia estava girando como nunca em nosso estado mas após a Copa do Mundo a realidade começou a vir à tona em todo o país e em Pernambuco não está sendo diferente.
Uma realidade dura que faz com que os governantes precisem fazer das tripas coração para poder manter o básico funcionando. É evidente que até o básico fica difícil de ser executado, temos exemplos claros por todo o país de estados que não pagam a folha salarial em dia, outros que parcelam em até nove vezes um único mês de pagamento, tem havido o fechamento de hospitais e muitas outras consequências graves.
Não há nenhum governador que foi eleito junto com Paulo Câmara em 2014 que goze de elevado prestígio perante os eleitores do seu estado. Aprovação de mais de 90% como vimos com Eduardo Campos e Aécio Neves que se revezavam no posto de melhor governador do país é algo que não existe mais no Brasil, exatamente por isso, porque o caos é gigante. Pernambuco não vive o melhor dos mundos, mas graças a serenidade de Paulo Câmara tem conseguido pagar a sua folha em dia, que tem trabalhado para manter os serviços básicos em funcionamento, mesmo tendo que enfrentar uma grave crise na segurança pública, e nosso estado pode ser considerado mediano nesta crise federativa que assola o país, pois o governador por ser um gestor de carreira não é afeito aos arroubos do populismo, tendo gerido a máquina pública estadual com a serenidade que o momento requer.
Por isso apesar de o governo não ser dos melhores, é preciso entender que o momento é um dos piores que já vivenciamos no Brasil, e que nenhum governo eleito para o quadriênio 2015-2018 conseguiu colocar em prática todas as suas promessas de campanha porque não há a menor condição financeira pra isso.
Equipe – O prefeito eleito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) deverá oficializar na próxima quinta-feira a indicação de Daniel Pessoa para a secretaria de Turismo, Esporte e Lazer bem como Marcos Campello para comandar a Defesa Civil do município a partir de janeiro. O vice-prefeito eleito Ricardo Valois por ter sido vereador e conhecer a Câmara Municipal, está cotado para assumir a secretaria de governo.
Chiadeira – Nos bastidores corre a informação que o PMDB do deputado Jarbas Vasconcelos e o PTB do senador Armando Monteiro que apoiaram Anderson Ferreira para a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes ainda não foram convidados para uma conversa com o futuro gestor e consequentemente a indicação de nomes para o primeiro escalão. Jarbas e Armando esperavam ser retribuídos a altura do apoio dado a Anderson.
Diálogo – Engana-se quem acredita que o governador Paulo Câmara e o ministro das Cidades Bruno Araújo estão distanciados e que o rompimento entre ambos é irreversível. Apesar de alguns tucanos fomentarem o rompimento, a conversa entre o líder socialista e o líder tucano é cada vez mais corriqueira e a aliança entre ambos em 2017 com ocupação de cargos por parte dos tucanos no governo do PSB está mais próxima do que se imagina.
Reclamação – A base de sustentação do prefeito reeleito do Recife Geraldo Julio tem reclamado constantemente da condução política do prefeito para a formação da equipe para o segundo mandato. Faltando dias para acabar 2016, ninguém sabe como será a reforma administrativa e há um grande receio de que pessoas desatenciosas com os vereadores possam ser mantidas na equipe. Tem vereador prometendo dar o troco nas votações da Câmara a partir de 2017.
RÁPIDAS
Vice – Cunhado do ministro da Educação Mendonça Filho, o deputado federal Augusto Coutinho (SD) saiu bastante fortalecido do processo eleitoral de 2016. Caso Jarbas Vasconcelos e Bruno Araújo sejam candidatos a senador na chapa de reeleição de Paulo Câmara, Mendonça Filho vai para a reeleição, Raul Henry iria pra federal e Augusto Coutinho seria o candidato da família Mendonça a vice-governador.
Desgaste – O secretário de Defesa Social Angelo Fernandes Gioia está há pouco mais de dois meses no cargo mas já está com o prazo de validade vencido. Como tem uma postura arrogante que não agrada a corporação, há quem aposte que ele não come o bacalhau da semana santa do ano que vem no cargo.
Inocente quer saber – Geraldo Alckmin buscará abrigo no PSB para disputar a presidência da República em 2018?
William Pontes diz
Acompanho a política de Pernambuco desde o século passado ( mais de 50 anos)e , incontestavelmente, Paulo Câmara do ponto de vista politico/administrativo é o mais fraco governador que Pernambuco teve. Nem os eleitos indiretamente na ditadura.