Governo e oposição reféns de Eduardo Cunha
Que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha está encurralado, até as paredes do Congresso Nacional sabem, porém o presidente da Câmara ainda tem muito prestígio e condições políticas de se manter no cargo pelo menos até a volta do recesso já em 2016, e até lá pode acontecer muita coisa tanto a favor do governo como contra, e ele terá a prerrogativa de dar um destino a qualquer matéria que possa ser útil a ele próprio.
O governo da presidente Dilma Rousseff não fala de público, mas sabe que se melindrar Cunha com qualquer ação no intuito de prejudicá-lo poderá pagar um alto preço e certamente não está disposto a pagar. Já a oposição não tem muito a perder, mas enquanto o Planalto seguir com a agenda negativa da atualidade, a oposição fica mais robusta pra conquistar prefeituras importantes em 2016, o que seria meio caminho andado para retomar o governo federal em 2018 após dezesseis anos na planície, e pra isso precisa que Eduardo Cunha continue sendo o protagonista da política brasileira enquanto a corda puder ser esticada.
O fato é que Eduardo Cunha construiu uma rede de apoios dentro da Casa tão robusta, que não será tarefa fácil destroná-lo do cargo, porque além do apoio político, Cunha conhece como poucos os trâmites da Câmara Federal e pior, conhece quase toda a “agenda negativa” dos deputados federais, podendo utilizar esse arsenal de informações para fazer barganha para ao menos cair em pé caso venha a ser destituído do posto de presidente.
Afinal de contas, o que seria cair em pé? Pelo menos salvando o seu mandato como deputado federal e manter o foro privilegiado. Mas caso não consiga cair de pé, deve levar uma legião de políticos encurralados pelos esquemas de corrupção junto com ele. Hoje Eduardo Cunha é o principal ator político brasileiro, tanto para o bem, como principalmente para o mal.
Violência – A bancada de oposição na Alepe solicitará uma audiência pública para tratar da segurança pública no estado. É que nos dez meses de 2015 ocorreram 3.141 crimes letais violentos intencionais, 341 mortes a mais do que no mesmo período de 2014, quando foram mortas 2.800 pessoas.
Equívoco – Por falar em violência, a bancada de oposição na Alepe divulgou que houve um aumento de 21,17% no número de homicídios em 2015 em relação aos dez primeiros meses de 2014, mas o número está equivocado. Na realidade o aumento dos homicídios foi de 12,17% e não o percentual divulgado porque foram 341 mortes a mais em relação aos 2.800 de 2014.
Geraldo Julio – Candidato à reeleição, o prefeito Geraldo Julio tem realizado uma forte maratona de agendas públicas pela cidade. Várias inaugurações estão acontecendo na cidade e o prefeito não perde a oportunidade de se mostrar aos recifenses, sobretudo aos da periferia. Geraldo leva signifativa vantagem sobre seus opositores porque está sabendo utilizar bem a agenda positiva da sua gestão.
Justiça – O ex-presidente Lula acionou a Justiça na última terça-feira a revista Veja pela capa da sua última edição. Na publicação há uma montagem com uma foto do ex-presidente vestido de presidiário com o nome dos seus amigos envolvidos em escândalos de corrupção.
RÁPIDAS
Mira – Após ter suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União, a presidente Dilma Rousseff terá novamente que se explicar para o TCU, desta vez do período em que foi presidente do Conselho da Petrobras em 2005, quando houve o cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e Premium II, no Ceará e no Maranhão, respectivamente. O prejuízo estimado é de R$ 1 bilhão.
Auditoria – Após realizar uma auditoria no resultado das eleições presidenciais do ano passado, o PSDB afirmou ser impossível auditar o atual sistema de computação dos votos. Por isso vai solicitar que seja implementada a impressão dos votos. A auditoria custou R$ 1 milhão e foi bancada pelo próprio PSDB.
Inocente quer saber – Jefferson Calaça entregou os pontos na disputa pela presidência da OAB/PE?