Acuada, Dilma tenta última cartada para se salvar do impeachment
Responsável pelo governo mais impopular da história recente do Brasil, a presidente Dilma Rousseff segue cambaleando feito cego em tiroteio para tentar fugir da crise que o próprio governo criou. Após ver sua popularidade virar pó em menos de um ano depois de ser reeleita presidente da República, Dilma, enfim decidiu reduzir ministérios.
A redução, que poderia ter sido anunciada ainda em janeiro, não traz muitos efeitos práticos na situação política do país sendo feita neste momento, porque há um quadro de insatisfação generalizada com a figura da presidente e do seu próprio governo por conta dos escândalos de corrupção e sobretudo pela situação econômica do país.
No bojo de uma redução de ministérios – 39 pra 29 – o Palácio do Planalto decide manter praticamente intacto o poderio do PMDB na esplanada, reduz de seis pra cinco pastas comandadas pelo partido, mas proporcionalmente o partido de Michel Temer passa a ter um espaço maior em relação a quantidade dos ministérios.
O Planalto decidiu entregar o poderoso ministério da Saúde ao PMDB, onde são cotados para assumir o posto os deputados Manoel Júnior (PB), Marcelo de Castro (PI) e Saraiva Felipe (MG), este último ocupou o cargo no primeiro governo Lula, mas a tendência é que o indicado seja mesmo o paraibano Manoel Júnior.
Para a pasta de Infraestrutura, que deverá ser criada fundindo vários ministérios, o PMDB deverá indicar Newton Cardoso Júnior (MG), Mauro Lopes (MG), José Priante (PA) ou Celso Pansera (RJ). Foram estes os nomes apresentados pelo líder do partido na Câmara deputado Leonardo Picciani (RJ) para que um seja escolhido.
Os ministros Katia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia), devem continuar, enquanto Eliseu Padilha (Aviação Civil), Hélder Barbalho (Pesca) e Henrique Alves (Turismo), tendem a ficar de fora do futuro ministério, já que suas pastas serão extintas ou fundidas a outras pastas.
O PDT perde o ministério do Trabalho, que será incorporado ao ministério da Previdência, mas assume o ministério das Comunicações, cujo indicado será o deputado André Figueiredo (CE). Com essas movimentações a presidente espera tentar minimizar os riscos do impeachment na Câmara dos Deputados, criando uma situação menos hostil para o Planalto.
Outro que deverá sair é o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante, responsável por parte significativa dos problemas de interlocução entre o Planalto e o Congresso Nacional. Na prática, a saída de Mercadante será mais importante para a sobrevida da presidente do que qualquer outra movimentação. Caso Dilma prefira mantê-lo na Casa Civil, de nada terá valido o esforço em adoçar a boca do PMDB e do Congresso Nacional.
Daniel Pessoa – Aliado do deputado Cadoca, o secretário Daniel Pessoa assumiu um papel importante na gestão do prefeito Elias Gomes ao longo dos quase sete anos de governo. Ontem Daniel assumiu a presidência municipal do PSD, substituindo o procurador do município Joaquim Barretto. O ato contou com a presença do presidente estadual da sigla, o secretário das Cidades André de Paula.
Wolney Queiroz – Chovem críticas à postura do presidente estadual do PDT, o deputado federal Wolney Queiroz. Correligionários afirmam que o partido virou uma capitania hereditária e que o prefeito José Queiroz, pai de Wolney, já se deu conta de que não conseguirá emplacar o sucessor em Caruaru e quer mandar e desmandar no partido no intuito de não permitir o crescimento de mais nenhum outro grupo político dentro da legenda.
Rumores – Após rumores de que Armando Monteiro poderia sair do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, um aliado do petebista chegou a afirmar que seria uma boa, porque continuar na equipe de Dilma tem feito mal para a imagem do pernambucano, que acabou se afastando das bases e gerando grande insatisfação entre os correligionários pernambucanos.
Sertão – O governador Paulo Câmara estará amanhã no sertão para vistoriar algumas obras em Jatobá e Caraibeira, distrito de Tacaratu, e no município de Tacaratu, inspeciona o parque de energia éolica. O socialista tem aproveitado os fins de semana para se aproximar mais das regiões distantes da capital.
RÁPIDAS
Collor – O senador e ex-presidente Fernando Collor afirmou em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, que se o processo de impeachment prosperar na Câmara dos Deputados ficará irreversível para a presidente Dilma Rousseff. Collor tem conhecimento de causa pois foi o único presidente a sofrer um processo de impeachment.
Cunha – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) deverá responder à questão de ordem apresentada pelo líder do DEM deputado Mendonça Filho em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rouseff.
Inocente quer saber – Quando o dólar vai para de se valorizar perante o real?