Impeachment perdeu consistência, mas é preciso estabelecer diálogo
Que o governo Dilma Rousseff tem sido um fracasso na área econômica, política e administrativa não é novidade pra ninguém. A sociedade civil organizada e integrantes da oposição, diante dos sucessivos escândalos de corrupção, ensaiaram uma tentativa de impedimento da presidente Dilma Rousseff, mas por conta da divisão da própria oposição o tema arrefeceu e está cada vez menor na pauta da sociedade como um todo.
É evidente que o país vive uma crise sem precedentes, mas também é latente que mais do que nunca é preciso uma união de todos os brasileiros em prol de encontrar uma solução menos danosa para o país para sair dela. O governo precisa fazer o mea-culpa e reconhecer que errou na condução econômica do país, mas além disso é preciso cortar da própria carne, reduzindo o custeio da máquina pública para dar o exemplo a toda a sociedade.
Na condição de presidente da República e consequentemente a representante de todo o povo brasileiro, Dilma Rousseff precisa chamar seus dois adversários nas eleições do ano passado – Aecio Neves e Marina Silva – para uma troca de opiniões sobre os rumos do Brasil. Não significa que eles irão aderir ao seu governo, mas sim contribuir com ideias para o país.
Marina obteve 22 milhões de votos, enquanto Aécio Neves alcançou 34 milhões de votos no primeiro turno. Na segunda etapa o senador Aécio Neves obteve nada menos que 51 milhões de votos, 3 milhões a menos que a presidente Dilma Rousseff. O recado das urnas foi dado, mesmo o povo brasileiro garantindo mais quatro anos ao PT, era preciso modificar a forma de conduzir o país.
Durante a propaganda eleitoral, a presidente Dilma Rousseff massificou em seu guia a tese de que seria um governo novo com ideias novas. Na prática isso não ocorreu. O governo segue praticando o toma lá dá cá que foi presente nos dois governos de Lula e no seu primeiro governo. Recentemente para a aprovação do ajuste fiscal na Câmara o Planalto distribuiu emendas e cargos com os deputados que estavam indecisos.
Também foram gastos R$ 40 milhões em propaganda institucional apenas para explicar o ajuste fiscal para a sociedade. Um contra-senso diante do cenário em que o país precisa reduzir custos e possibilitar uma maior racionalização do uso do dinheiro público.
De todo modo, ficou evidente que o impeachment perdeu força, mas a presidente Dilma Rousseff precisa abrir canais de diálogos com a própria oposição, com o Congresso Nacional, com os governadores e sobretudo com a sociedade. Este será o caminho para que a presidente Dilma Rousseff possa adquirir a credibilidade necessária para continuar o seu governo de forma suficiente para que não leve o país ao caos.
Financiamento – O governador Paulo Câmara esteve ontem reunido com a representante do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) no Brasil Daniela Carrera Marques. Na reunião ele solicitou parcerias com o BID no intuito de colocar em prática vários projetos sociais, dentre eles o Compaz.
Daniel Coelho – O deputado federal Daniel Coelho (PSDB) contestou a tese defendida por alguns parlamentares da coincidência de eleições no espectro de uma reforma política. Para o tucano o Congresso precisa ouvir a sociedade e talvez a coincidência de eleições não esteja na pauta do povo.
Oposição – A bancada de oposição liderada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PTB) cobrou do governador Paulo Câmara a construção de escolas na Mata Sul. Em janeiro o governador assinou a ordem de serviço para reforma e construção de 13 escolas naquela região. Porém apenas cinco estão com obras em andamento de acordo com o petebista.
Exumação – Após especulações de que o ex-deputado José Janene poderia estar vivo, foi cogitada a exumação do cadáver do “progressista”, que teve seu nome envolvido no escândalo do Mensalão e agora é novamente incluído no Petrolão. Mas a CPI da Petrobras vai primeiro ouvir a viúva para saber se essa dúvida sobre a morte do deputado procede ou se não passa de roteiro de novela.
RÁPIDAS
Governadores – Os governadores estiveram reunidos ontem com os presidentes do Senado Renan Calheiros e da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha em Brasília para discutir o pacto federativo. Com a perda de arrecadação os estados estão mais do que nunca de pires na mão.
Entrevista – Você já pode conferir a entrevista do Painel do Lyra com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) acessando www.tvguararapes.com, ele fala sobre vários temas, dentre eles se quer ser governador. Está imperdível.
Inocente quer saber – Ao reunir governadores, os presidentes Renan Calheiros e Eduardo Cunha constrangeram Dilma Rousseff?