Fernando Bezerra Coelho articula volta do PSB pra base de Dilma
Eleito senador na chapa da Frente Popular, Fernando Bezerra Coelho sempre evitou maiores desgastes com o PT e consequentemente com o governo federal. Mesmo tendo declarado o voto em Aécio Neves no segundo turno por conta do PSB ter apoiado o tucano, não havia tanto entusiasmo de FBC na aliança.
Também não poderia ser diferente, o senador foi ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff e foi obrigado a abdicar do posto que cumpria de forma magistral para ser um mero soldado do projeto presidencial do ex-governador Eduardo Campos. Acabou sendo contemplado com uma vaga no Senado e se elegeu junto com o governador Paulo Câmara.
Na formação do secretariado, o senador ensaiou uma ruptura com o governador Paulo Câmara, mas a turma do deixa disso acabou colocando panos quentes. Daquele momento em diante, FBC virou um defensor ardoroso da volta do PSB para a base do governo Dilma Rousseff.
Na última terça-feira, Fernando subiu à tribuna do Senado para rechaçar a tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff, evidenciando assim o seu alinhamento com o Palácio do Planalto e tentando levar consigo o PSB da Câmara dos Deputados e sobretudo o PSB de Pernambuco.
Como senador de Pernambuco, Fernando tem um fundo de razão, isso porque o estado tem dificuldades financeiras e depende diretamente dos repasses federais para superar a crise sem maiores seqüelas, bem como do apoio do governo federal para contrair empréstimos junto aos bancos federais e internacionais para tocar as obras de interesse dos pernambucanos.
Vale salientar que além de Pernambuco, o PSB governa dois estados com dificuldades financeiras que é a Paraíba e o Distrito Federal, sobretudo este último cujo governador Rodrigo Rollemberg recebeu uma verdadeira bomba-relógio do seu antecessor Agnello Queiroz, do PT.
A própria Dilma Rousseff precisa dos deputados e dos senadores do PSB para aprovar projetos de interesse do seu governo. A retomada da relação entre PSB e PT é boa para Dilma, para os governadores Ricardo Coutinho, Rodrigo Rollemberg e Paulo Câmara, para os deputados do partido que terão atenção especial do Planalto e sobretudo para o senador Fernando Bezerra Coelho, que se lograr êxito na empreitada vira o grande interlocutor do PSB e de Pernambuco com o governo federal.
Cidadão – O senador Fernando Bezerra Coelho receberá hoje o título de cidadão de Itapissuma na Câmara Municipal a partir das 16 horas. Como secretário de Desenvolvimento Econômico e ministro da Integração Nacional, Fernando foi imprescindível para a atração da Ambev e da Itaipava para o município.
Delação – Dono da UTC Engenharia, o empresário Ricardo Pessoa assinou um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, que falta ser homologado pelo ministro do STF Teori Zavascki. Pessoa já se prontificou a devolver R$ 55 milhões de reais aos cofres públicos. Além disso ele já citou o ex-ministro de Minas e Energia senador Edison Lobão.
Ajuste – A Câmara dos Deputados, com 277 votos a favor, aprovou ontem o texto-base da Medida Provisória 664, integrante do ajuste fiscal proposto pelo Palácio do Planalto. Nele, a MP endurece as regras para a concessão de auxílio-doença e pensão por morte. Com isso será mais difícil o povo brasileiro ter direito a esses benefícios.
Shopping – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha segue tentando construir um anexo da Câmara que terá até Shopping Center através de uma PPP. Na MP 668, que será votada em breve, e trata do aumento das alíquotas do PIS/PASEP-Importação e da Cofins-Importação, foi encaixado um artigo que permite a Câmara e o Senado fecharem contratos em Parceria Público-Privada. Se a MP 668 passar, o Shopping de Cunha sai do papel.
RÁPIDAS
Painel do Lyra – Hoje estará no ar a entrevista que realizei com o deputado Diogo Moraes (PSB) no Hotel Barramares. O programa pode ser assistido na TV Guararapes acessando: www.tvguararapes.com
Preço – Pra conseguir aprovar a MP 664, o Palácio do Planalto além de distribuir cargos com alguns deputados, liberou R$ 4 milhões em emendas parlamentares para os deputados que de última hora decidiram votar a favor do governo.
Inocente quer saber – O fim do fator previdenciário para alguns casos foi considerado uma derrota para o governo Dilma Rousseff?