DEM perde novamente o bonde da história
Sucedâneo da ARENA, o ex-PFL não conseguiu mais se reorganizar desde que Lula foi eleito presidente da República em 2002. Ao longo do primeiro mandato de Lula o PFL foi perdendo lideranças políticas das mais variadas possíveis. Políticos de força em seus respectivos estados que preferiram migrar para legendas governistas.
Em 2007 o PFL realizou uma malsucedida mudança de nome. Virou Democratas, um contra-senso para o partido que abrigou boa parte dos integrantes da sigla que sustentou o regime militar. Pior ainda, adotou uma sigla sem qualquer identidade (DEM).
Ao longo dos anos foi perdendo eleicōes e respaldo junto à sociedade, porém o maior baque da sigla foi a criação do PSD, que reduiziu o ex-PFL praticamente a pó. O então prefeito de São Paulo Gilberto Kassab criou o PSD e levou consigo uma série de nomes históricos do PFL, como o ex-senador Jorge Bornhausen e o deputado federal André de Paula, que na época estava sem mandato por não ter conseguido se reeleger.
Hoje o DEM possui apenas 21 deputados federais e 5 senadores. Na Câmara dos Deputados é a oitava maior bancada, enquanto no Senado é a quinta maior. O partido comparado aos tempos áureos do PFL de fato está moribundo, mas ainda possui certa relevância no cenário político nacional.
A fusão com o PTB vem no pior momento para o DEM, isso porque o cenário é de enfraquecimento do governo e fortalecimento da oposição. É improvável que o partido murche ainda mais. Se nas próximas eleições o sempre parceiro PSDB emplacar a presidência, o DEM terá respaldo no governo e condições de se recuperar.
Isso sem contar que a legenda possui quadros de relevância como José Agripino, ACM Neto, Mendonça Filho e Ronaldo Caiado. Eles poderão continuar o legado do partido em seus respectivos estados. Mesmo que houvesse um interesse numa fusão com alguma legenda, fica evidente que o PTB não é o melhor caminho, isso porque o partido tem uma ideologia diametralmente oposta à do DEM.
Seria mais plausível e natural uma fusão ao PSDB, que se consumada garantiria uma bancada de dezesseis senadores e 75 deputados federais, transformando-se assim na segunda maior bancada do Senado e na maior da Câmara dos Deputados, além obviamente, de uma maior afinidade entre os políticos dos dois partidos.
Inflação – No acumulado dos últimos doze meses a inflação chegou a 8,13%. A alta do IPCA só foi menor que o acumulado de 2003, quando em dezembro chegou a 9,30%. No mês de março o índice foi de 1,32%, maior inflação mensal desde junho de 2003, que foi de 1,43%.
Energia – A energia também está sendo uma das grandes vilãs para o aumento da inflação. No acumulado dos últimos doze meses a energia elétrica subiu 60,42%, reflexo do tarifaço praticado pelo governo Dilma Rousseff para compensar a eminente crise hídrica e consequente crise energética que assolam o país.
Pepe Vargas – Ex-ministro das Relações Institucionais, o deputado Pepe Vargas (PT/RS) assumirá a secretaria dos Direitos Humanos, em substituição a Ideli Salvatti, que está cotada para assumir a presidência da ECT. Pepe saiu da articulação política depois de receber inúmeras críticas do Congresso Nacional.
Michel Temer – O vice-presidente da República Michel Temer, que assumiu a articulação política do governo Dilma Rousseff, está avaliando se licenciar da presidência do PMDB. Caso se confirme, o senador Romero Jucá é o mais cotado para substituí-lo no comando da sigla.
RÁPIDAS
Terceirização – A Câmara dos Deputados aprovou ontem o texto base do projeto de Lei 4330/04 que regulamenta os contratos de terceirização no setor privado e para as empresas públicas, de economia mista e suas subsidiárias. Foram 324 votos a favor, 137 contra e 2 abstenções. Os destaques, que incluem pontos polêmicos, serão votados em separado na próxima terça-feira.
Eduardo Cunha – A Câmara dos Deputados sob o comando do deputado Eduardo Cunha tem aumentado o ritmo das votações, garantindo assim a ampliação da produtividade na Casa. Isso é fruto da forte liderança que o presidente exerce sobre os seus pares.
Inocente quer saber – O PTB dirá não à fusão com o DEM?