O imbróglio de Caruaru
Pela primeira vez na história, Eduardo Campos conseguiu juntar os três lados de Caruaru em torno da candidatura de Paulo Câmara a governador de Pernambuco no ano passado. O prefeito José Queiroz, o deputado Tony Gel e o então governador João Lyra Neto marcharam juntos com Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho no ano passado, sem contar com os socialistas históricos Jorge Gomes e Laura Gomes, que possuem relevância política na capital do forró.
Ficou evidente que uma hora essa união de fachada iria trincar, porque mais importante do que ser aliado do governador é ter a caneta na mão ocupando a prefeitura mais importante do Agreste. Neste cenário, surgem os nomes de Tony Gel, Raquel Lyra e Jorge Gomes, este último, candidato preferido de José Queiroz para sua sucessão.
A escolha da deputada Raquel Lyra para comandar o PSB de Caruaru gerou uma insatisfação gigante com o Palácio do Campo das Princesas por parte do prefeito José Queiroz e do vice-prefeito Jorge Gomes, que não digeriram bem essa reviravolta. No caso de Tony Gel, houve uma sinalização de possível apoio a Raquel para não contrariar o Palácio, mas Tony esqueceu de combinar com o seu exército.
Na sua tropa existem dezenas de pré-candidatos a vereador que estão ávidos pela sua candidatura a prefeito nas eleições do ano que vem, e Tony Gel precisará ter um argumento muito forte para justificar uma eventual saída do páreo. No que diz respeito a Jorge Gomes, apesar de negar que sairia do PSB, seria impensável que ele possa abdicar de ser candidato a prefeito com o apoio de Queiroz para continuar no partido que não hesitou em “cortar sua cabeça” para entregar a Raquel Lyra.
No movimento realizado por Raquel Lyra e patrocinado pelo Palácio do Campo das Princesas, muita gente ficou insatisfeita e reunificar essa tropa que apoiou Paulo Câmara em Caruaru é uma tarefa difícil, pra não dizer impossível, sobretudo sem a presença de Eduardo Campos para poder amansar as feras.
Acidente – Lúcio Flávio de Oliveira e Marco Antônio Rossi, executivos do Bradesco, morreram no acidente de um jatinho no interior de Minas Gerais ontem à noite. O jatinho é do mesmo fabricante que vitimou o ex-governador Eduardo Campos e sua equipe em Santos no ano passado. Além dos executivos, também morreram o piloto e o co-piloto da aeronave.
Fazenda – Após tentar, sem sucesso, recuperar a situação caótica que se estabeleceu na economia brasileira, o ministro da Fazenda Joaquim Levy pode não comer o Peru do Natal no cargo. O mercado financeiro aposta fortemente que ele será substituido pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que há muito tempo é o preferido de Lula para ocupar a Fazenda.
Redução na conta I – O deputado federal João Fernando Coutinho (PSB-PE) é um dos coordenadores da Frente Parlamentar em Defesa da Redução do Preço da Energia Elétrica no Brasil, lançada ontem (10), na Câmara. Com aumentos que chegaram a 70% em alguns estados, a conta de luz gera reclamação constante dos usuários.
Redução na conta II – O grupo parlamentar, que é presidido pelo deputado Fábio Garcia (PSB-MT), pretende defender os consumidores e debater as propostas em tramitação na Casa. “Tentaremos a cada dia melhorar o setor elétrico nacional, que é tão complexo, para permitir que a população e também as indústrias possam ter custos mais adequados às suas realidades”, explica Coutinho.
RÁPIDAS
Palmares – O advogado Felipe Rodrigues, pré-candidato do PP a prefeito de Palmares no ano que vem tem intensificado as suas ações visando construir seu projeto político de forma consistente. O prefeito João Bezerra (PSB) possui uma das maiores rejeições do estado e estaria bastante fragilizado pra buscar a reeleição. Felipe aposta na tese da renovação para tentar chegar a prefeitura.
Reuniões – Marco Antônio Rossi, que estava para substituir Trabuco na presidência do Bradesco, e Lúcio Flávio de Oliveira, falecidos ontem num acidente aéreo, saíram de Brasília como destino a São Paulo após se reunirem com o ministro da Casa Civil Jacques Wagner e cumprirem agenda no ministério da Fazenda.
Inocente quer saber – O impeachment de Dilma Rousseff subiu no telhado?