O amadorismo da oposição brasileira
Durante os oito anos em que governou o Brasil o ex-presidente Lula voou em céu de brigadeiro porque tinha uma oposição medrosa e incapaz de falar para os brasileiros o que deveria ser falado nos momentos de turbulências no governo Lula, como por exemplo no auge do mensalão preferiu esperar que Lula “sangrasse” em vez de pedir o seu impeachment. Como todos sabem, Lula acabou se recuperando e se reelegendo.
Na campanha presidencial de 2010 o candidato José Serra foi incapaz de defender o legado de FHC e do PSDB, o resultado não poderia ser outro: mais uma derrota para o PT. Nas eleições de 2014, com uma crise econômica dando seus sinais e a crise política apontando para um problema difícil de ser administrado pelo governo, o PSDB foi novamente incapaz de falar aos brasileiros e se mostrar uma alternativa real ao PT. E o resultado foi a quarta derrota presidencial consecutiva.
Já durante o segundo governo Dilma, com as diversas manifestações se mostrando cada vez mais robustas e representativas, o PSDB na figura de Aécio Neves, que obteve 51 milhões de votos, se absteve de participar, frustrando seus eleitores e a sociedade em geral, que carece de um líder representativo e capaz de canalizar seus anseios em torno de um Brasil diferente do que está proposto pelos quase treze anos do PT.
Num período em que a presidente Dilma Rousseff teve uma semana caótica pra ela com derrotas no TCU, no STF e no Congresso Nacional, a oposição engoliu a corda do PT e quis questionar Eduardo Cunha, o único capaz de dar prosseguimento ao processo de impeachment na Câmara dos Deputados não só por ser presidente da Casa como também ter considerável influência sobre seus pares e sobretudo por conhecer como poucos os ritos políticos de Brasília.
Os 5 milhões de dólares de Eduardo Cunha na Suíça apesar de serem questionáveis são um problema menor perante os R$ 106 bilhões das pedaladas fiscais e os mais de R$ 2 trilhões não contabilizados pelo governo Dilma. O questionamento das contas de Cunha cabia ao PT e aos partidos aliados de Dilma, e não à oposição, que tinha nele um aliado necessário para dar prosseguimento ao impeachment na Câmara dos Deputados.
Um gesto vale mais do que mil palavras, e quando a oposição incompetente pela própria natureza defendeu a saída de Eduardo Cunha da presidência, simplesmente deu a entender que não está nem aí para o presidente da Câmara, que está preocupada em derrubar Dilma e também derrubá-lo. Cunha, inteligente como poucos, captou o movimento e entendeu que era melhor se aliar ao Planalto do que se juntar à incompetente oposição.
O Planalto, que apesar de estar vivendo um momento dificílimo, ainda tem quem entenda de política e saiba jogar o jogo. No público ataca Cunha, mas no privado faz gestos com ele evidenciando que é importante que eles se abracem para continuarem vivos. O Planalto além de ter mais coisas a oferecer ao presidente da Câmara sabe como lidar com ele e fez alguns gestos e promessas no final de semana para tentar reverter o jogo.
Com a decisão do STF proibindo que o plenário da Câmara decida pelo impeachment, a engenharia do governo deu certo e garantiu sobrevida a ele e a Eduardo Cunha pelos próximos dias. Na vida, e sobretudo na política gestos valem mais do que palavras, e os gestos do Planalto foram muito mais atrativos a Eduardo Cunha do que os gestos da oposição, que novamente deu um tremendo tiro no pé.
Rodrigo Dantas – Pré-candidato a vereador de Jaboatão dos Guararapes pelo PSDB e assessor do deputado federal Betinho Gomes, Rodrigo Dantas tem se movimentado bastante no município visando as eleições do ano que vem. Rodrigo tem uma longa militância política e agora tenta, com boas chances, um mandato eletivo.
Líder – O deputado federal Alessandro Molon foi indicado pela bancada como líder da Rede Sustentabilidade na Câmara dos Deputados. Molon exerce seu segundo mandato na Câmara Federal representando o Rio de Janeiro e foi por dezoito anos filiado ao Partido dos Trabalhadores. Após perder a indicação de líder do PT na Câmara para Sibá Machado, decidiu sair da legenda.
Magia negra – Circulou na imprensa paraibana a informação de que a ex-primeira-dama da Paraíba Pamela Bório, ex-mulher do governador Ricardo Coutinho (PSB) teria solicitado a uma Mãe de Santo na Bahia a morte do governador da Paraíba para ficar com uma pensão vitalícia de governador.
Pedágio – O primeiro-secretário da Alepe, deputado Diogo Moraes (PSB), apresentou um Projeto de Lei que visa permitir a cobrança dos pedágios nas rodovias do estado através de cartão de débito. O projeto foi aprovado em plenário e segue para a sanção do governador Paulo Câmara. O deputado espera facilitar o acesso às vias pedagiadas com a medida.
RÁPIDAS
Arrecadação – A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes apresentou relatório financeiro referente ao segundo quadrimestre do ano acima do aumento da inflação registrado no ano passado em 7,06%. A receita total de 2015 ficou em R$ 723,6 milhões contra R$ 594,3 milhões do ano passado, representando um aumento de 21,7%.
Agradecimento – Gostaria de agradecer aos amigos, políticos e leitores em geral que mandaram mensagens pela passagem do meu aniversário ontem. Foram inúmeras mensagens elogiosas ao nosso trabalho, o que nos faz acreditar que estamos no caminho certo. Obrigado a todos.
Inocente quer saber – Os 54 milhões de votos legitimaram Dilma Rousseff a realizar pedaladas fiscais?