![](https://www.edmarlyra.com/wp-content/uploads/2025/02/IMG_0301-scaled.jpeg)
O poder que faltava aos Coelho
Por anos, a família Coelho tentou consolidar um protagonismo maior na política pernambucana, mas sempre esbarrou em um obstáculo estratégico: a falta de um partido para chamar de seu. Em 2018, Fernando Bezerra Coelho tentou, sem sucesso, assumir o controle do MDB para disputar o Governo de Pernambuco. Em 2022, seu filho, Miguel Coelho, foi sabotado dentro do próprio União Brasil, o que minou suas chances de chegar ao segundo turno na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.
Agora, essa limitação parece ter sido superada. Com a nomeação de Miguel Coelho como presidente estadual do União Brasil, o grupo político que domina Petrolina e parte do Sertão finalmente tem um partido estruturado para chamar de seu. A mudança não foi exatamente uma surpresa, mas representa um divisor de águas para os planos políticos de Miguel, que, ao que tudo indica, deverá mirar o Senado em 2026.
O cenário eleitoral de Pernambuco começa a ganhar contornos mais definidos. Se a disputa pelo governo tende a ser polarizada entre a atual governadora Raquel Lyra e o prefeito do Recife, João Campos, sobra espaço para outros protagonistas buscarem espaço no tabuleiro. E Miguel, agora no comando de um partido com tempo de TV, fundo eleitoral robusto e capilaridade nacional, entra definitivamente nesse jogo.
A grande questão, no entanto, é se ele conseguirá unir o União Brasil em torno do seu projeto ou se enfrentará as mesmas dificuldades que barraram suas ambições em 2022. O poder que faltava aos Coelho chegou – resta saber se será suficiente para transformar influência regional em força estadual.
Recado – Após declinar do convite da governadora Raquel Lyra para integrar sua equipe, o presidente estadual do União Brasil, Miguel Coelho encontrou-se ontem com o prefeito João Campos. O recado de Miguel foi bastante claro, e emitiu um sinal de que a reciprocidade é fundamental para balizar seu posicionamento político.
Apoio irrestrito – Na disputa pelo governo de Pernambuco, Miguel Coelho não esperou conversar com Raquel Lyra e declarou voto no segundo turno à tucana, que sagrou-se vitoriosa. Mas na formação do secretariado, Miguel foi preterido e ficou de fora do primeiro escalão.
Gesto – A expectativa de Miguel, e de todo o meio político, era de que Raquel fizesse o que Eduardo Campos fez, que ao vencer o governo de Pernambuco em 2006, convidou Humberto Costa para a secretaria das Cidades, fazendo valer o gesto recebido no segundo turno daquele pleito. A governadora optou por formar um secretariado técnico e quase nenhum político.
No lucro – Por ora, caso dispute o governo de Pernambuco em 2026, João Campos teria de antemão o apoio do MDB, do Republicanos, do União Brasil, do PDT e da federação composta por PT, PV e PCdoB. Estes partidos compensariam o pouco tempo de televisão que o PSB possui, e dariam a João capilaridade para disputar o Palácio do Campo das Princesas.
Partidos de Raquel – A governadora, por sua vez, teria o PSDB, o PSD, o PP e o Podemos. Apesar de estarem na contabilidade de João Campos, a governadora ainda não desistiu de ter MDB, PDT, União Brasil e a federação em seu palanque.
Inocente quer saber – Quando haverá uma articulação partidária exitosa por parte de Raquel Lyra?
Deixe um comentário