Coluna desta segunda-feira

A grande vitoriosa do segundo turno 

Desde que foi eleita governadora de Pernambuco em outubro de 2022, Raquel Lyra foi bastante contestada pelos seus adversários. Com críticas, inclusive, desleais. Para muitos, Raquel seria governadora de um mandato só, e chegaria fragilizada após as urnas de 2024. O primeiro turno serviu pra mostrar que os prognósticos eram precipitados, e ela elegeu um número significativo de prefeitos com os partidos que apoiam seu governo.

Na região metropolitana, duas disputas de segundo turno em dois colégios eleitorais: Olinda e Paulista. Na segunda, um cenário praticamente definido que se concretizou com a abertura das urnas em favor de Ramos, que não só permitiu que o PSDB elegesse o maior número de prefeitos no estado, como uma vitória de 73,36% dos votos válidos.

Na primeira, uma eleição dividida, com os institutos, em sua maioria, apontando para um empate. A pesquisa DataTrends, que no levantamento anterior havia captado 54% dos votos válidos para Mirella Almeida, novamente captou o crescimento de Vinicius Castello, apontando para um empate de 50% x 50%. Os números, dentro da margem de erro, apontaram para uma eleição apertadíssima, e as urnas mostraram Mirella Almeida (PSD) eleita com 51,38% dos votos válidos.

A governadora Raquel Lyra fez questão de estar ao lado de Mirella na reta final, e contribuiu de forma determinante para que a candidata do PSD lograsse êxito, fazendo com que o grupo do Palácio do Campo das Princesas tivesse 100% de aproveitamento no segundo turno. Os números fortalecem o governo e mostram que Raquel chegará fortalecida em 2025 para imprimir um ritmo de trabalho e de entregas no estado e politicamente consolidada para tentar a reeleição em 2026.

Não há como negar que a governadora foi a grande vitoriosa do segundo turno, e ao virar a chave da política tem tudo para se fortalecer ainda mais pelos próximos dois anos quando buscará a reeleição para o Palácio do Campo das Princesas.

Saldo – Das 26 capitais brasileiras, MDB e PSD elegeram cinco prefeitos, cada, seguidos pelo PL e pelo União Brasil com quatro, cada, Podemos e PP elegeram dois, enquanto PSB, PT, Avante e Republicanos ficaram com um prefeito, cada. O que chamou atenção foi o PL, partido de Jair Bolsonaro, eleger dois prefeitos em capitais nordestinas, Aracaju e Maceió. O Nordeste foi a única região em que Bolsonaro perdeu em 2022 e foi determinante para a vitória de Lula.

Saiu grande – Mesmo não sagrando-se vitorioso nas urnas, o vereador Vinicius Castello (PT) saiu muito grande neste domingo. Ele saiu com tamanho de deputado federal em 2026 e as discussões do PT a partir de agora passarão por ele, que é uma das principais lideranças do futuro do partido.

Força da máquina – Os exemplos de Olinda, Paulista e Camaragibe foram prova inequívoca de que mesmo não possuindo boa avaliação, as máquinas têm grande impacto para potencializar candidatos. Em Paulista, a gestão de Yves apoiou abertamente Ramos no segundo turno, em Olinda Lupercio alavancou Mirella e em Camaragibe Nadegi conseguiu eleger Diego Cabral.

DataTrends – Após a abertura das urnas no segundo turno, mais uma vez o DataTrends provou que suas pesquisas estavam corretas, em sua maioria. Foi um dos poucos institutos que não colocaram Vinicius Castello numericamente à frente em Olinda. Teve instituto que colocou o candidato do PT com 57% dos votos válidos e errou absurdamente fora da margem de erro.

Inocente quer saber – Com a vitória de Mirella Almeida, Lupercio poderá sonhar em disputar um mandato em 2026?