O efeito colateral em Pernambuco
A frase célebre de Magalhães Pinto, ex-presidente do Senado e ex-ministro das Relações Exteriores do presidente Costa e Silva, de que a política é como nuvem, você olha e ela está de um jeito, você olha de novo e ela já mudou, nunca foi tão atual como no cenário da sucessão de Paulo Câmara em Pernambuco.
O movimento Levanta Pernambuco composto pela maioria dos integrantes da oposição vinha avançando com encontros temáticos e tinha como prováveis componentes da chapa majoritária o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, presidente estadual do PL, e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, presidente estadual do PSDB. O que parecia algo definitivo, prestes a se tornar prego batido e ponta virada, eis que se materializou a decisão do presidente Jair Bolsonaro de se filiar ao PL e consequentemente colocar em xeque os acertos preestabelecidos entre Anderson e Raquel no estado.
Não é a primeira vez que a conjuntura nacional mexe no quadro local. O PDT estadual, por duas vezes, 2014 e 2018, acabou não ficando formalmente na coligação do PSB mesmo sendo aliado socialista no estado, isso aconteceu por conta de orientações nacionais do partido que inviabilizaram a aliança, mesmo tendo a vontade do diretório local em continuar com o PSB.
Jair Bolsonaro, pré-candidato do PL à reeleição, não se mistura com João Doria, provável vencedor das prévias do PSDB, e candidato ao Palácio do Planalto, o que dificulta entendimentos dos dois partidos nos estados. São Paulo, maior colégio eleitoral do país, foi uma prova cabal de que os dois partidos estarão em campos opostos, mesmo o PL detendo espaços significativos no governo estadual.
Então tudo leva a crer que Anderson Ferreira deverá convergir com sua candidatura ao Palácio do Campo das Princesas garantindo palanque para Bolsonaro. O mesmo deve acontecer com Raquel Lyra garantindo o palanque estadual do PSDB. O União Brasil, por sua vez, tem a pré-candidatura de Miguel Coelho colocada, e teria barreiras intransponíveis para uma aliança com Raquel Lyra por conta da conjuntura local, enquanto teria a mesma dificuldade de composição com Anderson Ferreira pela situação nacional, o que leva a crer que a oposição terá mesmo três candidaturas ao Palácio do Campo das Princesas em 2022.
Centro do Recife – A Frente Parlamentar pelo Centro do Recife, presidida pela vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), apresentou nove emendas ao Plano Plurianual e à Lei Orçamentária anual, que estão em debate na Câmara do Recife. Uma delas propõe destinar de R$ 5 milhões para políticas de incentivo a revitalização do Bairro do Recife. Além de Cida Pedrosa, integram a Frente os vereadores Marco Aurélio Filho (PRTB), Luís Eustáquio (PSB), Zé Neto (PROS), Dani Portela (PSOL), Rinaldo Jr (PSB), Alcides Cardoso (DEM), Liana Cirne (PT) e Michelle Collins (PP).
Encontro – O senador Humberto Costa recebeu em seu escritório o ex-vereador de Paulista, Aluisio Camilo, militante histórico do PT, para tratar da conjuntura política local e nacional, em especial da estratégia para eleger novamente Lula presidente em 2022.
Inocente quer saber – Como ficará a unidade da oposição após os últimos acontecimentos?
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