Os desafios da candidatura de Sergio Moro a presidente
Após oficializar sua filiação ao Podemos, o ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, conseguiu performar bem em pesquisas eleitorais e já aparece com dois dígitos nos levantamentos. Sem sombra de dúvidas é um resultado extraordinário e evidencia a competitividade do seu discurso perante os demais integrantes da terceira via, a exemplo de Ciro Gomes que é candidato há anos e não consegue crescer nas pesquisas.
Os números apontam para uma fadiga do eleitorado anti-PT e anti-Lula com o presidente Jair Bolsonaro, e parte deste eleitor, geralmente de classe média e que defende o combate à corrupção, sinaliza para o projeto de Sergio Moro rumo ao Palácio do Planalto. É preciso avaliar que não foi apenas um combate à corrupção que levou Bolsonaro ao cargo máximo do país, ele foi beneficiário de uma confluência de fatores em 2018 que não estão igualmente postos para o pleito de 2022, como um presidente sentado na cadeira, com caneta e que busca o segundo mandato.
Fugir da plataforma lajavatista e avançar para temas mais efetivos e presentes no dia a dia do eleitor será mais um dos desafios do agora presidenciável Sergio Moro, mais do que isso, Moro terá que provar duas coisas difíceis, a primeira é a de que sua condenação ao ex-presidente Lula não foi um ato revanchista e com conotações políticas e eleitorais, a segunda é mostrar ao eleitor que não traiu o presidente Jair Bolsonaro, que lhe confiou o importante ministério da Justiça e Segurança Pública.
Se ainda assim conseguir ganhar um voo mais forte suplantando Lula e Bolsonaro e chegar ao Palácio do Planalto, terá o desafio de governar sem quebrar seus princípios e evitar o risco de impeachment caso não consiga uma relação cordial com o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. A ideia de antissistema encampada por Moro pode até ganhar alguma aderência no eleitorado, mas a execução deste projeto durante a campanha e mais precisamente num eventual governo Moro será o grande desafio do agora presidenciável.
Prévias – As prévias do PSDB ocorridas ontem foram marcadas por denúncias de compra de votos, falha no sistema de votação e pedidos de adiamento para o próximo dia 28, evidenciando as dificuldades que os tucanos tiveram para a realização da escolha do seu candidato a presidente em 2022.
Desconfiança – Adversários da prefeita Raquel Lyra desconfiam da manutenção da sua candidatura ao governo de Pernambuco caso não consiga o apoio formal do PL ao seu projeto por conta da conjuntura nacional. Eles apostam que Raquel não terá exército para colocar o bloco na rua em 2022 e por isso arquivará o projeto.
Brasília – Estarei na capital federal para acompanhar os acontecimentos políticos da semana em Brasília. Na pauta, além da repercussão das prévias do PSDB, as discussões sobre a PEC dos Precatórios no Senado Federal e outros temas diretamente do centro do poder no país.
Inocente quer saber – O PSDB saiu muito fragilizado após os acontecimentos das suas prévias em Brasília?
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