Cinco anos de muitas histórias e grandes encontros. Este é o tema que permeia as comemorações do quinto aniversário do Centro Maristela Just, um local que, para muitas mulheres, pode ser mais acolhedor que a própria casa. Criado para amparar vítimas de violência doméstica, no Centro Maristela Just, a dor é convertida em esperança e vidas são modificadas para melhor. As mulheres que procuram o espaço têm acesso a atendimentos psicológico, jurídico, social, de educação e de saúde. Tudo em sigilo e com profissionais capacitados e humanizados.
Nesta quarta-feira (30), um encontro reunirá diversas pessoas no Centro, a partir das 13h, para atividades de reflexão e debates, onde as mulheres poderão falar sobre suas vivências e sobre como se ressignificaram nesse espaço. “Este aniversário não é apenas um momento de celebração dessa conquista. É, acima de tudo, um momento de evidenciar o problema da violência contra a mulher, sensibilizar a população e incorporar ao dia a dia feminino o protagonismo que lhes permita ter forças de denunciar as agressões e quebrar o ciclo de violência”, explicou a Secretária Executiva da Mulher de Jaboatão dos Guararapes, Ana Selma dos Santos.
O nome da unidade faz referência a Maristela Just, que foi assassinada pelo companheiro, em 1989. José Ramos Lopes Neto foi condenado a 29 anos de prisão, mas ficou foragido. O agressor foi preso após 21 anos, em 2012. Além da sede localizada no bairro de Massangana, o centro oferece atendimento descentralizado uma vez por semana nas regionais Cavaleiro e Curado; e atividades de divulgação permanentes, em um programa chamado Maristela Just vai aos Bairros.
Desde a sua fundação, já foram atendidas 1435 vítimas. Um dado importante é que, de janeiro a agosto de 2015, houve um aumento de 34% no número de atendimentos, em comparação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a Ana Selma, o aumento não é negativo, pois ele não reflete um aumento no número de casos de violência contra a mulher e sim um aumento no número de denúncias. “Esse dado mostra que o equipamento está se tornando referência no munícipio e as mulheres estão buscando o atendimento”, explicou a gestora.
Um dos grandes vilões no tocante à violência doméstica é justamente o silêncio. Muitas vítimas tem medo, ou até mesmo vergonha de denunciar. Para romper o ciclo da violência, é necessário romper também o ciclo de medo e silêncio no qual estas mulheres violentadas estão presas. E isso é muito doloroso.