A recomposição das forças políticas no atual cenário pós-impeachment e após o fim do financiamento de campanhas é pauta do programa Ponto a ponto deste sábado (22), à 0h, na BandNewsTV, com apresentação da jornalista Mônica Bergamo e do sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, com análises de pesquisas recentes sobre o tema e que também pode ser revisto domingo (23), às 17h30, e sexta (28), às 3h.
Para falar sobre o tema, a dupla convidou o cientista político Cláudio Couto. Mestre e doutor em Ciência Política pela USP e pós-doutor em ciência política na Columbia University, nos EUA, Couto atua na FGV-SP. Na conversa, Bérgamo e Lavareda analisam o quadro nacional, que mostra o PSDB como o grande partido campeão das eleições de 2016, ampliando sua ocupação de 702 para 793 municípios, incluindo o maior colegiado do Brasil, São Paulo.
Ainda nas análises, o PT sofre uma queda vertiginosa ao vencer apenas 254 disputas enquanto, em 2012, havia levado a Prefeitura de 635 municípios. No cômputo geral, entretanto, é o PMDB que apresenta o maior número de lideranças em Território Nacional, que passará a ocupar 1.028 Prefeituras.
Segundo Couto, o Governo Federal sai vitorioso nas eleições porque, além dos quadros já apontados em primeiro turno, porque foi para o segundo na maioria esmagadora.
A questão é decidir quem, dentro da coalização, tem ganhos ou não. “Talvez a divisão principal talvez se dê entre PMDB e aqueles aliados que não tem uma coluna vertebral, do ponto de vista ideológico, e o PSDB”, pontua Couto. Ao mesmo tempo em que esse seria o fim do ciclo petista – afastado pela população nas urnas -, o PSDB fará gestão de uma fatia maior da população, apesar de segundo em colocação (26,8% da população, contra 17,4% do PMDB. O terceiro lugar fica com o PSB, com 9,4% dos eleitores).
A retração do PT também produz um vácuo no campo da esquerda. “Existe um mercado de eleitores à esquerda. Pelo menos em termos potenciais, isso é aproximadamente 1/3 do eleitorado”. Ao longo dos últimos 30 anos o PT tem sido o partido hegemônico da esquerda e, hoje, há um espaço mas os outros partidos não mostram consistência para conquistar e cativar os eleitores, como PDT, PSOL ou REDE. Outra dificuldade apontada para que eles se coloquem como alternativa é a dificuldade de comunicar devido a seus tempos ínfimos de propaganda política.
Eduardo Campos Presidente – Ao longo da entrevista, a jornalista Mônica Bérgamo revelou que, em entrevista no ano passado com Fernando Haddad, o prefeito de São Paulo declarou a ela que o próprio Lula já pensava em apoiar Eduardo Campos como um eventual candidato à presidência da República com o apoio do PT. O assunto veio à baila ao se mencionar a necessidade de ampliação da atuação das esquerdas.
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