O secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Walter Feldman, disse que a entidade passa por mudanças desde as investigações que resultaram na prisão de dirigentes e empresários ligados a Federação Internacional de Futebol (Fifa). Ele depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia do Futebol, em audiência pública solicitada pelo relator da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP/PE).
Walter Feldman disse que a CBF adotou um novo modelo de gestão que envolve desde mudanças na estrutura organizacional, com mais autonomia para os clubes, até a elaboração de um código de ética para o futebol . “ Estamos trabalhando para melhorar a imagem do nosso futebol e do nosso país. Os processos de investigação continuam, mas temos que estar de olho no futuro”.
Questionado sobre o envolvimento do presidente da CBF Marco Polo Del Nero em irregularidades, o Feldman disse que acreditava em sua inocência. “Estou há um ano na entidade e, neste período , não tive conhecimento de atos de corrupção nem de nenhuma caixa preta. A gestão tem sido feita dentro dos parâmetros éticos”. Segundo ele, existe uma patrulha contra a CBF, mesmo quando a entidade merece elogios.” Virou moda falar mal da CBF”, criticou.
O deputado Fernando Monteiro disse que a colaboração de Feldman trouxe informações importantes para à condução dos trabalhos da comissão. Ele destacou que, além de investigar as irregularidades, a CPI quer deixar um legado para o futebol. Esse legado, segundo o deputado, envolve a criminalização da corrupção privada. “Precisamos de uma lei para punir atos de corrupção no âmbito privado. A lei brasileira só considera crime quando envolve instituição ou o recurso público”.
A CPI investiga denúncias de irregularidades cometidas por dirigentes da Fifa e da CBF, entre eles, José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Ele foi detido ano passado na Suíça, juntamente, com outros seis cartolas e cumpre prisão domiciliar em Nova York.