A mídia brasileira começou a difundir a tese de que o governador Eduardo Campos estaria recuando da pré-candidatura à presidência da República em 2014. Setores da oposição, leia-se PSDB, comemoraram a informação, mas não sabem eles que sem Eduardo no páreo a fatura tende a ser liquidada no primeiro turno por Dilma Rousseff.
No cenário em que o Datafolha apresentou recentemente, Dilma Rousseff teria 58% das intenções de voto, o que seria uma excelente partida, ainda é cedo para contar os votos válidos, que compreendem a votação sem os nulos, brancos e indecisos, mas fazendo essa conta, Dilma teria 64% dos votos válidos contra os três principais candidatos.
Marina, Aécio e Eduardo juntos têm 32% das intenções de voto. Fazendo uma conta proporcional com a retirada de Eduardo Campos, Dilma iria a 69% dos votos válidos se as eleições fossem hoje, sem Marina, Dilma iria a 78% dos votos válidos e sem Aécio a atual presidente seria reeleita com 72,5% dos votos válidos.
Existem variáveis que ainda não podem ser analisadas porque dependem do desdobramento da economia e de outros fatores que decidem uma eleição, mas sem sombra de dúvidas a presidenta Dilma Rousseff será beneficiada com a retirada de qualquer candidatura oposicionista.
Por isso que os governadores do PSB estão pressionados pelo Governo Federal a colocarem empecilho na postulação socialista, bem como o Congresso Nacional foi orientado a atrapalhar a criação de novos partidos para tirar Marina do páreo.
O cenário ideal para a presidenta Dilma Rousseff seria a sua candidatura contra a de Aécio Neves do PSDB. Neste confronto, os tucanos levariam a pior porque o PT tem grande capacidade de articulação e uma máquina de sujar adversários de fazer inveja a qualquer grupo terrorista.
Atacar Marina é quase que impossível, criticar Eduardo que poderia ser um aliado num eventual segundo turno contra o PSDB também é uma atitude um pouco arriscada. Por isso a movimentação diz respeito a retirada de Eduardo do páreo.
Se eventualmente Eduardo recuasse do projeto presidencial estaria sepultando sua carreira política como gestor público de sucesso. Seria obrigado a ir a um Senado mixuruca ou uma Câmara dos Deputados submissa e ridicularizada perante a opinião pública, ou por fim terminar o mandato de governador de Pernambuco aos 48 anos de idade e se dedicar a ser presidente do PSB.
Eduardo esticou a corda demais, independente de sair vencedor ou não na disputa presidencial, um recuo neste momento seria extremamente desmoralizante. Por isso, difcilmente o governador recuará.