O Presidente do Partido Verde, Carlos Augusto, mostrou que a Prefeitura do Recife padece do excesso de cargos comissionados, possuindo um número dez vezes maior desse tipo de servidor que Salvador, por exemplo. Ele fez a colocação em debate na manhã da segunda-feira, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais, Lide-PE. A outra convidada foi a Deputada Priscila Krause (Dem), que também confessou desconforto com o inchaço da Prefeitura. Ambos são pré-candidatos à sucessão municipal.
– Os cargos comissionados consomem R$ 117 milhões por ano. Temos que fazer uma redução, fazer o dever de casa nessa área, enxugar essa estrutura em no mínimo 50 por cento. O Recife tem mais de 5 mil cargos comissionados, Fortaleza possui 1.700, Salvador tem pouco mais de 500. E Curitiba possui apenas 400, relatou Carlos Augusto, que é um dos Diretores da Fundação Getúlio Vargas, com experiência em projetos para melhorar a gestão do governo federal, de estados e municípios (ele licenciou-se do cargo, na FGV, par se dedicar à política até o final do ano).
Apesar desse problema, a Prefeitura investiu mais do que gestões anteriores, reconhece Carlos Augusto. Mas mesmo assim, ele destacou que a situação não é de conforto, ao analisar os números da gestão atual:
“Desde 2013, a receita cresceu 30 por cento, as despesas subiram 36 por cento e a folha de pagamento teve incremento de 51 por cento”, disse o verde. “Os números me preocupam. O próximo prefeito vai ter que ter pulso, determinação, e se comprometer a fazer os ajustes que a cidade precisa. Se não for assim, não se consegue os recursos necessários para o que tem que ser feito”.
Para o verde, é preciso acabar com o aparelhamento dos governos, seja no país, no estado ou no município. “Vemos a situação do Recife com preocupação muito grande. Sem dinheiro, sem finanças organizadas, uma empresa não vai a lugar nenhum. Uma empresa organizada é sustentável, e a sustentabilidade tem tudo a ver conosco”, disse. Ele interpretou o Recife como uma empresa S/A com 1,6 milhões de acionistas que são seus moradores, e cidadãos que pagam impostos.
Reclamou da falta de limpeza das ruas. “ O lixo virou paisagem no Recife”. Defendeu medidas para revitalizar o centro – inclusive o bairro do Recife Antigo – e o Projeto Parque Capibaribe. Tanto ele quanto Priscila defenderam intervenção no Cais José Estelita, uma área que segundo os pré-candidatos, encontra-se totalmente degradada. “Do jeito que a área está, desintegra. E a cidade tem que ser inclusiva”. Priscila acha que, com as devidas mudanças, o projeto está adequado. “Mas é preciso resolver a questão do leilão do terreno, que virou um caso de polícia”, disse a deputada.