Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog do Magno
O segundo e último debate televisivo entre os candidatos a prefeito do Recife, realizado na noite de ontem (3) pela Rede Globo, foi marcado pelo mesmo clima morno de toda a campanha na capital pernambucana. Estiveram presentes o prefeito e candidato à reeleição, João Campos (PSB), a deputada estadual Dani Portela (Psol), Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSDB).
A Globo convidou os candidatos cujos partidos possuem representação mínima de cinco parlamentares no Congresso Nacional. O candidato do partido Novo, Tecio Teles, tentou por meio da Justiça participar do encontro. Ele chegou a comparecer aos estúdios Globo, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a sua presença era facultativa para a emissora, que acabou não permitindo a participação.
Presidente Lula (PT) citado
No sorteio inicial, Dani Portela foi a primeira a perguntar e escolheu João Campos. Ela tentou encurralar o prefeito questionando qual o lado dele no ambiente político, já que não observa a presença do presidente Lula (PT) nas suas propagandas. João Campos respondeu que é um progressista de centro-esquerda, mas em nenhum momento afirmou que é o candidato de Lula no Recife. Já Dani, assim como em toda a campanha, reforçou que defende o Governo Lula e suas bandeiras. Gilson Machado também fez referência à estratégia de Campos e frisou que ele “esconde Lula nas redes sociais, mas quer o voto do PT”.
Jair Bolsonaro (PL) também
Dani Portela perguntou a Gilson Machado sobre a forma como ele administraria o Recife, se seria semelhante ao Governo Bolsonaro (PT), segundo ela um dos piores para as mulheres. Gilson defendeu Bolsonaro e respondeu que a mulher recifense está sofrendo, hoje, quando não consegue uma consulta médica, ou como a sua vice, Leninha Dias (PL), que teve um irmão assassinado na capital. Dani reforçou que a Secretaria da Mulher do Recife é uma das pastas com menor orçamento e pretende mudar essa realidade.
Saúde criticada
Com a mesma estratégia de toda a campanha, Daniel Coelho continuou criticando a gestão. “Hoje é quase impossível conseguir uma consulta com especialista no Recife. As pessoas imploram para serem atendidas. Para a gente mudar isso, dê uma chance ao segundo turno e a quem propõe mudar essa cidade”, destacou Daniel.
Polêmica das creches
A administração das creches do Recife voltou a ser questionada por Gilson Machado e Daniel Coelho, na tentativa de desconstruir João Campos. Gilson Machado afirmou que “o Recife tem a máfia das creches” e Daniel Coelho chegou a citar os nomes de três funcionários das unidades envolvidos em denúncias, questionando João Campos se o prefeito os conhecia. O prefeito disse não conhecer as três pessoas, mesmo todas elas exercendo funções de chefia. Campos defendeu o modelo adotado pela prefeitura para ampliar o número de vagas alegando que é aprovado pelo Ministério da Educação e prometeu punir quem estiver com práticas erradas.
Morte de criança em academia municipal
A morte de um menino de dez anos que levou um choque elétrico em uma academia do Recife, ontem, também foi citada por Gilson Machado e Dani Portela. O assunto, no entanto, não foi muito explorado em respeito à família da vítima. Mas as praças da capital foram apontadas por Machado, que chegou a dizer que “o Recife tem a máfia das creches e terá a máfia das praças”. Com um tom mais duro, Machado enfatizou que a “mãe do menino está chorando agora, enquanto a militância de João está pulando e fazendo festa comemorando uma vitória antecipada”. João lamentou que a morte da criança tenha se tornado pauta em um debate político.