Paulo Câmara governa Pernambuco com a serenidade necessária para o momento que vivemos

Passados quase dois anos do governo Paulo Câmara, apesar de ostentar índices amargos de rejeição, o governador tem conduzido nosso estado como um piloto que tem o volante do seu carro quebrado mas que acaba concluindo a corrida por conta da sua experiência e costume com as intempéries de um percurso sinuoso. Muita gente tem atacado o governador, sobretudo pelo parâmetro que o antecedeu, uma vez que Eduardo Campos foi um dos governadores mais exitosos da história do nosso estado, mas quem tem a mínima noção de gestão e conhecimento do que tem acontecido por todo o Brasil sabe que Paulo Câmara é sim, um grande governador.

No auge da sua vitória em 2014, Paulo Câmara anunciou a redução de 20% dos cargos comissionados do governo estadual, bem como outras medidas que diminuiriam consideravelmente o custeio da máquina pública. Poucos meses após assumir o mandato, o governador tomou outra decisão impactante mas que iria ajudar o estado a navegar pelos mares tortuosos da crise econômica com melhores chances, que foi a modificação da data de pagamento da folha salarial do estado, o que permitiu uma maior previsibilidade das receitas e consequentemente fazer com que pelo segundo ano consecutivo, diferentemente de muitos estados, a folha seja paga em dia, bem como o décimo terceiro salário ter sido entregue aos servidores na data correta, impactando positivamente na combalida economia pernambucana.

Mesmo com recursos escassos, nosso estado conseguiu ao longo dos dois anos realizar R$ 2,5 bilhões de investimentos, num claro sinal de que apesar do caos econômico que o país vive, Pernambuco tem feito com louvor o dever de casa. Então o governo Paulo Câmara seria um mar de rosas que acerta em tudo? Evidentemente que não, a segurança pública com o aumento de homicídios, de assaltos e de explosões de caixas eletrônicos por todo o estado, é uma prova que o desafio é enorme e naturalmente ele precisa ser cobrado por isso, seja pela oposição, seja pela sociedade, mas no cenário em que estamos vivendo com desemprego nas alturas, a criminalidade é algo diretamente proporcional ao aumento do desemprego, quanto mais desocupados na rua, maior a chance de virarem assaltantes, assassinos e tudo mais.

O fato é que num cenário de profunda crise como a que estamos vivendo atualmente, ter um governador que além de manter a folha em dia, avançar em áreas como educação que ganhou nove escolas integrais durante o seu governo é extremamente salutar. Na crise não tem esse que consiga fazer tudo, mas é público e notório que o governador Paulo Câmara é o gestor certo para o momento em que estamos vivendo, pois diferentemente da maioria dos políticos, age com a seriedade e serenidade que compete a quem teve a dura missão de governar o estado durante um dos momentos mais complexos da nossa história.

Aproveitados – Com os seus mandatos próximos do fim, os prefeitos de Araripina Alexandre Arraes e de São Lourenço da Mata Gino Albanez bem como o vice-prefeiro de Caruaru Jorge Gomes, todos do PSB devem integrar a equipe do governador Paulo Câmara a partir de janeiro. Eles têm uma relação histórica com o PSB e serão fundamentais para ajudar o governador pelos próximos dois anos com a experiência adquirida nas gestões que participaram em suas respectivas cidades.

Gastos – A antecipação para 30 de dezembro do depósito das verbas da “repatriação” para os municípios preocupa o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). Atuais prefeitos terão dois dias para gastar verba, antes da posse dos eleitos. Serão 259 milhões de reais apenas em Pernambuco. “O Tribunal de Contas estava atento a esta questão, tanto que aprovou um alerta aos atuais prefeitos, para que destinassem esta verba, caso saísse, para quitar as folhas atrasadas, o décimo-terceiro e a própria folha salarial de dezembro”, lembra Cristiano Pimentel, procurador geral do MPCO.

Só em 2018 – Em conversa com a coluna, o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Edson Vieira (PSDB) afirmou que sua prioridade é governar a cidade pela segunda vez ao longo de 2017 e 2018 cujo desafio será ainda maior do que ocorreu no primeiro mandato, uma eventual candidatura a deputado federal dependerá de circunstâncias que não estão sob sua vontade.

Nota – O prefeito eleito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) decidiu que não realizará hoje uma coletiva para anunciar o seu secretariado. A informação será divulgada através de uma nota enviada à imprensa com os nomes da futura equipe que deverá ocorrer ao longo do dia. O prefeito atribui a decisão a um novo formato de fazer política que está sendo implementado na cidade.

RÁPIDAS

Chapa – Um importante aliado do PSB defende abertamente que a chapa de 2018 seja composta por Paulo Câmara (governador), Jarbas Vasconcelos e Bruno Araújo (senadores) e Augusto Coutinho (vice-governador) para contemplar o ministro Mendonça Filho, que seria candidato a deputado federal com o espólio de votos do cunhado.

Prefeito – Crescem as apostas de que o secretário de Turismo, Esporte e Lazer Felipe Carreras será o candidato do PSB a prefeito do Recife em 2020. Inclusive há quem defenda que ele seja candidato a deputado estadual em vez de tentar a reeleição em Brasília para ficar mais perto da capital pernambucana e pavimentar sua tentativa de comandar o Palácio Antônio Farias.

Inocente quer saber – Quem será o todo poderoso do novo secretariado de Geraldo Julio?

No cenário econômico atual, ninguém cumpriu todas as promessas de campanha 

O governador Paulo Câmara foi eleito em 2014 na esteira de um desejo de continuidade do governo Eduardo Campos impulsionado pela comoção gerada pela morte do ex-governador. Naquela campanha as promessas do então candidato do PSB eram de manter o alto nível de gestão proporcionado por Eduardo ao longo de sete anos e três meses do seu governo e aprimorar uma série de coisas a fim de entregar aos pernambucanos uma gestão ainda melhor.

Passados quase dois anos do início do governo Paulo Câmara, há uma gritaria de críticos do governador por conta das dificuldades que Pernambuco tem enfrentado e principalmente o não cumprimento de promessas de campanha por parte do governador. Pois bem, numa crise como a que vivemos há o fechamento de empresas e de postos de trabalho, consequentemente há uma queda da arrecadação do estado e por conta do desemprego há um aumento significativo dos índices de violência.

Pernambuco viveu um momento sui generis durante o governo Eduardo Campos, com um boom jamais visto em Suape. Ali ocorria como consequência a ocupação quase que total dos imóveis, a construção de novos empreendimentos, a compra de produtos, de veículos, etc. A economia estava girando como nunca em nosso estado mas após a Copa do Mundo a realidade começou a vir à tona em todo o país e em Pernambuco não está sendo diferente.

Uma realidade dura que faz com que os governantes precisem fazer das tripas coração para poder manter o básico funcionando. É evidente que até o básico fica difícil de ser executado, temos exemplos claros por todo o país de estados que não pagam a folha salarial em dia, outros que parcelam em até nove vezes um único mês de pagamento, tem havido o fechamento de hospitais e muitas outras consequências graves.

Não há nenhum governador que foi eleito junto com Paulo Câmara em 2014 que goze de elevado prestígio perante os eleitores do seu estado. Aprovação de mais de 90% como vimos com Eduardo Campos e Aécio Neves que se revezavam no posto de melhor governador do país é algo que não existe mais no Brasil, exatamente por isso, porque o caos é gigante. Pernambuco não vive o melhor dos mundos, mas graças a serenidade de Paulo Câmara tem conseguido pagar a sua folha em dia, que tem trabalhado para manter os serviços básicos em funcionamento, mesmo tendo que enfrentar uma grave crise na segurança pública, e nosso estado pode ser considerado mediano nesta crise federativa que assola o país, pois o governador por ser um gestor de carreira não é afeito aos arroubos do populismo, tendo gerido a máquina pública estadual com a serenidade que o momento requer.

Por isso apesar de o governo não ser dos melhores, é preciso entender que o momento é um dos piores que já vivenciamos no Brasil, e que nenhum governo eleito para o quadriênio 2015-2018 conseguiu colocar em prática todas as suas promessas de campanha porque não há a menor condição financeira pra isso.

Equipe – O prefeito eleito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) deverá oficializar na próxima quinta-feira a indicação de Daniel Pessoa para a secretaria de Turismo, Esporte e Lazer bem como Marcos Campello para comandar a Defesa Civil do município a partir de janeiro. O vice-prefeito eleito Ricardo Valois por ter sido vereador e conhecer a Câmara Municipal, está cotado para assumir a secretaria de governo.

Chiadeira – Nos bastidores corre a informação que o PMDB do deputado Jarbas Vasconcelos e o PTB do senador Armando Monteiro que apoiaram Anderson Ferreira para a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes ainda não foram convidados para uma conversa com o futuro gestor e consequentemente a indicação de nomes para o primeiro escalão. Jarbas e Armando esperavam ser retribuídos a altura do apoio dado a Anderson.

Diálogo – Engana-se quem acredita que o governador Paulo Câmara e o ministro das Cidades Bruno Araújo estão distanciados e que o rompimento entre ambos é irreversível. Apesar de alguns tucanos fomentarem o rompimento, a conversa entre o líder socialista e o líder tucano é cada vez mais corriqueira e a aliança entre ambos em 2017 com ocupação de cargos por parte dos tucanos no governo do PSB está mais próxima do que se imagina.

Reclamação – A base de sustentação do prefeito reeleito do Recife Geraldo Julio tem reclamado constantemente da condução política do prefeito para a formação da equipe para o segundo mandato. Faltando dias para acabar 2016, ninguém sabe como será a reforma administrativa e há um grande receio de que pessoas desatenciosas com os vereadores possam ser mantidas na equipe. Tem vereador prometendo dar o troco nas votações da Câmara a partir de 2017.

RÁPIDAS

Vice – Cunhado do ministro da Educação Mendonça Filho, o deputado federal Augusto Coutinho (SD) saiu bastante fortalecido do processo eleitoral de 2016. Caso Jarbas Vasconcelos e Bruno Araújo sejam candidatos a senador na chapa de reeleição de Paulo Câmara, Mendonça Filho vai para a reeleição, Raul Henry iria pra federal e Augusto Coutinho seria o candidato da família Mendonça a vice-governador.

Desgaste – O secretário de Defesa Social Angelo Fernandes Gioia está há pouco mais de dois meses no cargo mas já está com o prazo de validade vencido. Como tem uma postura arrogante que não agrada a corporação, há quem aposte que ele não come o bacalhau da semana santa do ano que vem no cargo.

Inocente quer saber – Geraldo Alckmin buscará abrigo no PSB para disputar a presidência da República em 2018?