Fernando Bezerra Coelho não tem motivos para continuar no PSB
Apesar de ser líder do PSB no Senado e ter grande interlocução com o comando nacional da sigla, bem como ser respeitadíssimo pelo presidente Michel Temer, no âmbito estadual o senador Fernando Bezerra Coelho não tem nenhum motivo para continuar no partido, pois não detém nenhum espaço no governo Paulo Câmara mesmo tendo sido eleito na chapa do governador em 2014, e consequentemente não tem responsabilidade alguma com os atuais ocupantes do Palácio do Campo das Princesas.
Continuar no PSB com o objetivo de ser candidato a governador em 2018 ou em 2022 é uma decisão que poderá trazer ônus para a figura do senador, que hoje é a maior liderança política de Pernambuco. Caso seja candidato consensual em substituição a Paulo Câmara, arcará com o pesado ônus de representar um projeto que comanda Pernambuco por doze anos, caso opte por tomar o PSB de Paulo, terá um ambiente hostil para lidar nas eleições de 2018 por parte dos atuais ocupantes do Palácio e o desfecho pode ser o pior possível.
O melhor caminho para Fernando Bezerra Coelho é mesmo sair do PSB e passar a comandar um partido robusto seja para ser candidato a governador, ou até mesmo fazer uma composição com os adversários de Paulo Câmara chegando a indicar o ministro Fernando Filho para o posto de vice-governador numa chapa encabeçada por Armando Monteiro ou Bruno Araújo.
Dos partidos possíveis para ser um destino do senador, três figuram com boas chances para que Fernando venha a ser o cacique. O primeiro deles é o PP que hoje é comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, uma vez Fernando filiado, Dudu dificilmente criaria arestas pois teria chances de ser um fiador importante de um eventual governo FBC. O segundo é o PR de Sebastião Oliveira, que já foi comandado por Inocêncio Oliveira e por Anderson Ferreira, bastando uma canetada da executiva nacional para que a sigla troque de mãos e vá para FBC e Fernando Filho. Por fim a engenharia mais complexa, o PSD do ministro Gilberto Kassab atualmente é comandado pelo deputado federal André de Paula, que detém espaços no governo Paulo Câmara, mas tem uma representatividade nacional infinitamente menor que Fernando, e certamente caso o senador decida pegar o comando, suas chances seriam boas, apesar de menores que o PP e o PR.
O fato é que a essa altura do campeonato não há possibilidade de reconciliação entre o senador e o governador Paulo Câmara, portanto sair do PSB é o melhor caminho para que Fernando possa se movimentar melhor para as eleições de 2018, ainda que não venha a ser candidato a governador por força das circunstâncias que fogem ao seu controle.
Aliança – Visando salvar o seu mandato de deputado estadual, uma vez que o PSOL não tem cauda para eleger um deputado, Edilson Silva cogita formalizar uma aliança em 2018 do PSOL com o PT, partido que perdeu quadros para a criação do PSOL após o escândalo do Mensalão. O pragmatismo de Edilson deve falar mais alto em 2018.
Diminuição – Com a iminente derrota de Carlos Santana para Célia Sales na disputa pela prefeitura de Ipojuca, a deputada estadual Simone Santana (PSB) deve ter seus votos reduzidos em 2018 em relação a 2014 quando atingiu 73.178 votos, sendo a quinta mais votada do estado. Simone além de provavelmente perder a estrutura da prefeitura de Ipojuca, faz um mandato extremamente apagado na Casa Joaquim Nabuco.
Hildo Hacker – Com sua família comandando três prefeituras de Pernambuco, Tamandaré, Sirinhaém e Rio Formoso, todas no litoral Sul, o ex-prefeito Hildo Hacker será candidato a deputado estadual pelo PSB em 2018. Suas chances de vitória são muito boas para as próximas eleições e sua candidatura é tida como estratégica pelo Palácio na região.
Reeleição – Apesar de ensaiar uma candidatura majoritária em 2018, o ministro da Educação Mendonça Filho estaria caminhando para buscar a reeleição. Disputar o Senado num cenário em que tem Jarbas Vasconcelos, Armando Monteiro e Bruno Araújo com suas candidaturas postas, seria uma bola extremamente dividida, o que não seria interessante para Mendonça, que está começando a dar a volta por cima após três derrotas majoritárias.
RÁPIDAS
Candidato – Mesmo nunca tendo conquistado um mandato diretamente, tendo sido eleito vice-prefeito do Recife por força do prestígio de Eduardo Campos em 2008, o secretário de Administração Milton Coelho decidiu que será candidato a deputado federal em 2018. Ele considera que é histórico no PSB e que agora é a sua vez de tentar um mandato na Câmara Federal.
Marília Arraes – Após ter sua candidatura a deputada federal em 2014 negada por Eduardo Campos, o que motivou a sua saída do PSB, a vereadora Marília Arraes deverá ser candidata a deputada estadual pelo PT em 2018, pois obteve expressiva votação em 2016 e se tornou a principal liderança jovem do PT em Pernambuco.
Inocente quer saber – Geraldo Julio fala a verdade quando diz que Recife fez o melhor carnaval de rua do Brasil?