Os federais com a corda no pescoço para 2018
Composta por 25 parlamentares, a bancada federal pernambucana, que possui vários suplentes em exercício, terá grande chance de renovação nas eleições do ano que vem. Com alguns novatos que tentarão chegar à Câmara dos Deputados no próximo ano, a vida de alguns deputados na busca pela reeleição não será nada fácil.
Eleito pelo nanico PHS, o deputado federal Kaio Maniçoba obteve 28.585 votos, sendo a cidade de Floresta governada por Rorró Maniçoba, o seu principal reduto. Nas eleições de 2018, filiado ao PMDB, Kaio precisará de aproximadamente 85 a 90 mil votos para ser reconduzido, uma tarefa nada fácil, pois Rorró não é mais prefeita e há uma briga fratricida na cidade com o deputado estadual Rodrigo Novaes, o que pode prejudicar consideravelmente as chances de reeleição de Kaio.
O deputado Jorge Corte Real, que exerce o segundo mandato na Câmara Federal, foi o último a se eleger na chapa do PTB em 2014 com 86.023 votos. Ele terá sérias dificuldades de reeleição pois não é um candidato fácil de vender, além do mais corre o risco de sequer ser candidato para facilitar a construção de Armando Monteiro em 2018.
Eleito com 86.739 votos em 2014 pelo PDT, o deputado federal Wolney Queiroz caminha para uma reeleição dificílima, pois não terá a retaguarda da prefeitura de Caruaru como em 2014 que lhe garantiu parte significativa da sua votação total. Sua única chance será receber o apoio da prefeita Raquel Lyra, mas isso está cada vez mais distante de acontecer.
Com 85.053 votos, Luciana Santos foi a última deputada federal da Frente Popular em 2014, após uma derrota acachapante na disputa pela prefeitura de Olinda em 2016, é provável que sequer dispute a reeleição para a Câmara Federal por absoluta falta de votos.
Nas últimas eleições Ricardo Teobaldo alcançou um mandato na Câmara Federal com 92.262 votos, porém em 2016 saiu destroçado das urnas, perdendo Limoeiro, seu principal reduto. Além do mais faz um mandato apagadíssimo em Brasília e distante das bases. Suas chances de reeleição são dificílimas.
O deputado federal Betinho Gomes chegou à Câmara Federal com 97.269 votos, impulsionado pelo voto de estrutura da prefeitura de Jaboatão dos Guararapes e do recall do Cabo de Santo Agostinho, que lhe garantiram mais da metade dos votos alcançados, sem a prefeitura de Jaboatão e após amargar a terceira derrota seguida no Cabo, Betinho é praticamente carta fora do baralho, pois além de tudo faz um mandato fraquíssimo em Brasília.
Por fim Marinaldo Rosendo, que se elegeu com 97.380 votos para a Câmara Federal após exercer dois mandatos de prefeito de Timbaúba. Empresário bem sucedido, Marinaldo colocou em xeque seu patrimônio para chegar a um mandato em Brasília, além de não ter a mesma situação financeira de 2014, perdeu Timbaúba, o seu principal reduto.
Mágoa – O que mais irritou aliados do deputado federal Betinho Gomes, principalmente o irmão Elias Gomes Filho, foi o fato de Betinho ter emplacado a esposa num cargo em Moreno, enquanto muitos aliados estão passando necessidade financeira.
Sensação – O vereador de Carpina Delegado Antônio Resende (PP) tem feito sistemática oposição ao prefeito Manoel Botafogo (PDT) e está crescendo muito na região. Em 2016 foi o vereador mais votado da cidade e deverá ser candidato a deputado estadual, podendo ser uma das grandes surpresas em 2018 para a Casa Joaquim Nabuco.
Espólio – Caso seja candidato a senador ou a governador em 2018, o ministro das Cidades Bruno Araújo terá que dividir suas bases com aliados que pretendem chegar à Câmara Federal, um dos que podem receber o maior quinhão é o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Edson Vieira.
Federais – O prefeito do Cabo de Santo Agostinho Lula Cabral poderá apoiar dois federais na cidade em 2018, com isso ele pretende não só emplacar dois aliados na Câmara Federal como neutralizar seu principal adversário, que coleciona várias derrotas eleitorais.
RÁPIDAS
Marcantonio Dourado – Se nas eleições de 2014 o deputado estadual Marcantonio Dourado não teve votos para se eleger, para 2018 suas chances são ainda menores, por isso ele deverá lançar Marcantonio Dourado Filho por um partido pequeno.
Sumiço – A gestão do prefeito Geraldo Julio está que nem pé de cobra, quem vê morre. Parece que depois que foi reeleito o prefeito perdeu o estímulo de governar o Recife.
Inocente quer saber – Bruno Araújo tem medo de disputar o governo de Pernambuco e ficar sem mandato em 2018?