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A Policia Federal de Pernambuco realizou nesta sexta-feira (14), uma coletiva para esclarecer a investigação que esta sendo conduzida sobre fraudes na licitação e o superfaturamento na construção da Arena Pernambuco. A operação, denominada de Fair Play, foi deflagrada após uma série de buscas que vem sendo conduzidas desde julho de 2014 apontarem para um beneficiamento da empresa Odebrecht para gerir o consórcio.
O coordenador da investigação, Felipe Barros Leal, aponta que no estado estão sendo cumpridos quatro mandados de busca de um total de dez em todo o Brasil das sedes da Odebrecht. Ele informa que esses mandados estão sendo realizados na própria Arena; no escritório do consórcio da Odebrecht; na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), integrante do comitê gestor; e na sede da empresa. “A investigação se iniciou reunindo elementos no sentido de frustração do caráter competitivo. Uma justa causa para iniciar o inquérito. O inquérito foi instaurado e se pediu uma perícia para verificar se aquela hipótese se confirmava ou não. Ela foi confirmada de fraude, e agora em um segundo momento a gente vai em busca de confirmar ou não o superfaturamento que já foi projetado”, declarou.
O delegado também falou que de acordo com as exigências que foram estabelecidas no edital para que um consórcio gerisse o negócio não haveria tempo hábil para que outra empresa entrasse na disputa. E aponta uma série de falhas no projeto base, como indisponibilidade de todas informações, falta de justificativa dos custos adotados, exigência de atestados técnicos exorbitantes. Agora com a suspeita de fraude concretizada, ele informa que a Polícia Federal vai em busca dos indícios de superfaturamento. “Hoje se iniciam os mandados de busca, estamos reunindo elementos e vamos agora em busca do superfaturamento”, afirma.
O superintendente da Polícia, Marcelo Diniz, diz que as investigações também irão girar em torno de possível corrupção de agentes públicos na participação do negócio. “Também estamos verificando a participação através de corrupção de eventuais agentes públicos. Corrupção tanto passiva e quanto eventualmente e naturalmente ativa de quem participou e se beneficiou dessa fraude”, frisa.
Outras Arenas construídas para a copa irão servir de base para a comparação do negócio, de acordo com Marcelo. “Vamos trazer alguns padrões dentro de laudos periciais para contatar como foi a construção. Se realmente está dentro de determinado parâmetro. As arenas de outros estados também vão servir de base para o padrão a ser estabelecido aqui e vamos ver se foi da mesma forma. O objetivo principal aqui é investigar a Arena Pernambuco e toda a sua contratação e a concorrência internacional que começou em 2010”, finalizou.