Uma semana decisiva para o Brasil
O presidente Michel Temer foi do céu ao inferno na semana que passou. Se no início da semana ele comemorou um ano do governo e os indicadores econômicos favoráveis, do meio pro fim teve que se deparar com uma crise que poderá tirá-lo da presidência da República. A gravação da conversa do presidente com o empresário Joesley Batista, da JBS, teve um efeito devastador para o governo e impactou diretamente na economia, pois todos os avanços obtidos por Henrique Meirelles e sua equipe econômica ficaram seriamente comprometidos.
A base aliada do presidente, incluindo o PSDB, deu sinais de que só aceita ser fiel no bom. No primeiro sinal de intempérie, a base se esfarelou e caminha para deixar Temer a ver navios. O áudio obtido de forma ilegal trouxe uma hecatombe para o Brasil. A negociação feita pelos irmãos Batista com a justiça brasileira foi extremamente generosa, pois eles pagarão menos de R$ 250 milhões, em dez parcelas anuais, cuja primeira parcela só sera paga em junho de 2018, além disso não terão nenhuma punição que possam privá-los da liberdade.
O presidente Michel Temer terá uma semana extremamente decisiva para o seu governo, cuja situação dependerá do Supremo Tribunal Federal decidir pela abertura ou não do inquérito que lhe investiga, também dependerá da análise sobre o teor do áudio, uma vez que há suspeitas de que houve edição da conversa do dono da JBS com o presidente ocorrida no dia 7 de março.
Caso a situação fique insustentável, é importante que Michel Temer não estique tanto a corda, e tenha a serenidade de renunciar para abrir espaço pra um novo governo, sob pena de colocar em xeque toda e qualquer chance de retomada da economia. A semana promete e a sorte está lançada.
Santos Dumont – O governador Paulo Câmara assina, nesta segunda-feira, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas, a ordem de serviço para o início das obras de reforma novo Centro Esportivo Santos Dumont, localizado no bairro de Boa Viagem, no Recife. O equipamento, que não passava por uma grande intervenção há mais de 40 anos, receberá um aporte de R$ 20 milhões para a reforma, sendo R$ 16 milhões de investimento do Governo Federal e R$ 4 milhões do Governo de Pernambuco. A previsão é de que as obras, que começam já nesta terça-feira, sejam concluídas em um prazo de 18 meses.
Fernando Filho – O ministro de Minas e Energia Fernando Filho decidiu que continuará no cargo contrariando novamente a decisão do seu partido, que solicitou a entrega do cargo ao presidente Michel Temer. No ano passado, o PSB tentou melar a indicação de Fernando Filho, mas o presidente decidiu bancá-lo no cargo.
BNDES – A situação da JBS que conseguiu um empréstimo bilionário em apenas 22 dias é apenas a ponta do iceberg para a abertura de uma caixa-preta envolvendo o principal banco de fomento do Brasil. As denúncias da Petrobras serão brincadeira de criança perto do que os governos do PT fizeram no BNDES.
Suape – Após a hecatombe envolvendo o governo Temer, o risco da autonomia de Suape não prosperar ficou maior. É que na semana passada o presidente viria a Pernambuco para uma solenidade que traria para o estado o comando do porto. Agora ninguém sabe quando ocorrerá, e se o governo cair, é capaz de nem mesmo ocorrer a autonomia.
RÁPIDAS
Evangélicos – Com uma crise política sem precedentes onde todos os políticos estão em baixa com a sociedade e a falta de dinheiro para campanhas eleitorais, é provável que a bancada evangélica tanto na Alepe quanto na Câmara Federal chegue a dobrar ou até mesmo triplicar. Há cidades em que o contingente de eleitores evangélicos já é maior que as demais religiões.
Mendonça Filho – Diferentemente do seu colega Bruno Araújo, o ministro da Educação Mendonça Filho se manteve ao lado do presidente Michel Temer no momento mais difícil do seu governo. Mendonça mais uma vez demonstrou que tem lado e sabe retribuir a confiança dada pelo presidente na formação do ministério.
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