
O ex-presidente Jair Bolsonaro interferiu na atuação do PL na Câmara. Ele ainda sugeriu menos agressividade na pauta do projeto da anistia. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é ligado ao pastor Silas Malafaia, ferrenho defensor do bolsonarismo. O ex-presidente, no entanto, tem criticado a interlocutores a falta de cautela do aliado.
O PL estava em obstrução na Câmara para obrigar o presidente Hugo Motta a pautar requerimento de urgência sobre a pauta da anistia. A ideia era obrigar que a discussão ocorresse diretamente em Plenário, sem passar pelas comissões. A obstrução é um instrumento usado por deputados para atrapalhar e arrastar a votação de uma matéria. As informações são do blog do Valdo Cruz.
Diante da resistência de Motta, o PL chegou a prometer criar um “carômetro”, uma forma de identificar como cada parlamentar se posicionou sobre o tema. A forma de agir do partido incomodou Hugo Motta. A aliados, o presidente da Câmara revelou não gostar da forma agressiva como o partido estava lidando com a pauta
Bolsonaro entrou no circuito. E sugeriu ao PL desistir do “carômetro”, porque avaliou que a iniciativa constrangeria os parlamentares em vez de conseguir apoio deles. O PL recuou e, desde então, tem conseguido aumentar o número de assinaturas do requerimento de urgência.
Se 257 deputados assinarem a proposta, a urgência do projeto fica aprovada sem a necessidade de votar o requerimento em plenário, o que exigiria de Hugo Motta pautar a matéria. Ainda assim, mesmo com requerimento aprovado, cabe a Motta pautar o mérito da proposta em Plenário – o que ele não parece estar disposto a fazer.
O presidente da Câmara tem dado declarações de que é a favor de redução das penas dos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023. Na segunda, disse a empresários paulistas que defende “sensibilidade para corrigir algum exagero”. Porém sugeriu para isso a criação de uma comissão especial para discutir o projeto.
O PL não aceitou a proposta e cobra uma suposta promessa feita em campanha por Motta de que daria prosseguimento à matéria. A atuação do pastor Malafaia tem incomodado também outro aliado do bolsonarismo – o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (REP-RS).
No último domingo (06), no ato a favor da anistia em São Paulo, Malafaia chamou generais do Alto Comando de Exército de “frouxos”. Na segunda (07), Mourão publicou um post no X criticando Malafaia: “Ao se aproveitar de um ato em defesa da necessária anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro para ofender os integrantes do Alto Comando do Exército, o falastrão que assim o fez demonstrou toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”, afirmou.
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