Sempre acreditei que o mais importante da cabeça está no seu interior. Porém, o PSDB dividiu-se entre os “cabeças pretas” e os “cabeças brancas”, no que diz respeito ao posicionamento quanto à participação ou desembarque do Governo Temer. Como se vê, carecas não têm vez na legenda tucana.
O deputado federal Betinho Gomes é cognominado de “cabeça preta” acredito, mais por sua imaturidade política do que por sua juventude.
O jovem tucano buscou nos últimos dias, os holofotes, defendendo o desembarque dos tucanos do governo. Ocupou a Midia fazendo a defesa da entrega dos Ministérios, porém não entregou os inúmeros cargos que seus aliados ocupam no Ministério da Defesa, Cultura, Cidades e em órgãos como Metrorec e Incra.
Ora, quem defende a saída do Governo deveria começar pela entrega dos cargos.
Quem quer deixar o governo faz como fez o Roberto Freire. A entrega do Cargo, assim como a renúncia é ato unilateral.
Na verdade, o deputado federal Betinho Gomes é deveras incoerente. Prova inconteste, translúcida e evidente disso é o seu posicionamento a respeito da aceitação ou não da denúncia contra o Presidente Temer.
Indagado hoje pelo radialista Aldo Vilela, na CBN, o “cabeça preta” disse que ainda não tinha posição formada. Agiu como a espécie tucana: optou pelo muro.
Ora, se o deputado quer o desembarque, a lógica é que já estivesse decidido pela aceitação da denúncia. Afinal a aceitação da denúncia não é condenação. Ao Presidente será dado o mais amplo e irrestrito direito de defesa. Ele apenas seria afastado por 180 dias.
Ocorre que, toda esse espuma feita pelo tucano é para navegar nas ondas da opinião pública. Ele, na verdade, sabe que não pode prescindir dos cargos que abriga os parcos cabos eleitorais que ainda possui em Jaboatão e no Cabo, onde esse “Cabeça preta” faz tempo que não dá um pio.
Paulo Farias do Monte
Advogado
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