Por Raffiê Dellon*
De Fazenda à Capital, nasceu pernambucana! Esse prefácio do Hino de Caruaru, assinado por José Florêncio Neto, carinhosamente o: Professor Machadinho, já anuncia bem a vocação que este solo tem. Só quem nasceu por aqui, ou a adotou como morada, sabe expressar o sentimento que é ser nativo da Terra de Vitalino, de Álvaro Lins, de Nelson Barbalho, de Austregésilo de Ataíde, de Luísa Maciel, da Professora Sinhazinha, de José Carlos Florêncio, dos Bianos, dos Nejaim, de Anastácio, de Edmilson e João do Pife, de Onildo, Petrúcio, Elifas Júnior, Azulão e tantos outros imortais, que foram domiciliados no País de Caruaru.
Foi Cururu, foi Caruara, foi Caruru e hoje é Caruaru. Esse chão é tão farto, que poderia muito bem comemorar seu aniversário em três oportunidades: no 16 de agosto de 1848, quando foi elevada à categoria de Vila e a Sede de freguesia através da Lei de número 212, sancionada pelo Presidente da Província de Pernambuco, o senhor Antônio da Costa Pinto. Aqui se delimitou os limites geográficos de Caruaru, transladava a sede da freguesia de São Caetano da Raposa para Nossa Senhora das Dores, aqui fomos desmembrados da cidade de Bonito e obtivemos o direito de eleger os primeiros representantes, os Vereadores, e a sua autonomia política.
Já em 18 de maio de 1857, Caruaru foi elevada à Categoria de Cidade, através de Projeto do Deputado Provincial, Francisco de Paula Baptista, se transformando na Lei Provincial de número 416, sancionada pelo Vice-presidente da Província, em exercício da presidência, Joaquim Pires Machado Portela. Projeto esse, segundo inúmeros pesquisadores, inclusive o meu amigo Hélio Florêncio, que se deu pela observância da já pujança capacidade de crescimento da então Vila. Quiçá o seu DNA já surgiu evolutivo, comprovando, desde o princípio, sua “genética” com condão de desenvolvimento econômico, social, cultural e humano.
E concluindo a tríade, o 1º de março de 1893 também não pode ser esquecido, sendo importante o lembrete devido, diante de disputas na política nacional que teve reflexo direto na política estadual, e claro, consequentemente, na municipal, que, o Vigário Antônio Freire de Carvalho, o Vigarinho, então Presidente do Conselho de Intendência de Caruaru e representante do Governo do Estado coordenou a eleição, que elegeu o Prefeito, Subprefeito, Conselheiros e Juízes distritais, dando posse ao primeiro prefeito constitucional que veio a ser o Major João Salvador dos Santos nesta data.
Depois de todo esse contexto histórico, importante para conhecermos nosso ponto de partida, nossa história, nossas raízes, chegamos agora aos 166 anos da Cidade mais promissora do interior do norte e nordeste brasileiro. E como estamos preparando a Caruaru do futuro? A Caruaru dos 170, 180, 190, 200 anos?. Política Pública não se faz pensando no próximo pleito, mas sim, na próxima geração. De como realmente queremos entregar a cidade do amanhã aos nossos filhos, netos… Caruaru pode mais, pode muito mais. Para quem conhece a origem desta circunscrição já fica evidente a vocação para o crescimento, resta agora, os gestores do Palácio Jaime Nejaim, também estarem à altura do seu engrandecimento.
Não se pode pensar na Caruaru do amanhã sem protagonizar o Sulanqueiro, o Mototaxista, com a ótica nos menos favorecidos que passaram esta madrugada do aniversário da Cidade na Rua 15 de Novembro, na Avenida Rio Branco, na Rua Vigário Freire (aquele mesmo que tanto contribuiu para os nossos avanços), que são os centros urbanos comerciais do município. Ora, inexiste pensar na nossa Cidade do amanhã sem esquecer dos rincões, dos distritos rurais, que não são distantes apenas na geografia, mas sim, também, no serviço público, que teima a abraçar os grotões. Caruaru cresceu, evoluiu, sob a batuta da força da nossa gente e o amanhã é logo ali! Viva Caruaru! A metrópole de 166 anos!
*Raffiê Dellon é Administrador, Pós-graduado em Gestão Pública e Professor Universitário.