Não justifica muito o que a Frente Popular tem feito para defenestrar o prefeito João da Costa da reeleição. Afinal, no caso de Olinda por exemplo, onde Renildo Calheiros amarga índices piores que o prefeito recifense, a decisão de mudar o candidato não é pactuada.
Isso mostra que existem outros fatores que indicam a decisão do governador Eduardo Campos de liberar Maurício Rands para construir sua candidatura em detrimento da reeleição do prefeito João da Costa.
O fator ‘João Paulo’ não pode ser ignorado. Maior eleitor na capital, inclusive a frente do governador Eduardo Campos, o ex-prefeito não apoiaria a reeleição de João da Costa.
A rejeição do prefeito João da Costa nas alturas também deve ter sido papel determinante para optarem por outro nome.
É natural que haverá uma reengenharia complexa para retirar o prefeito João da Costa da disputa de outubro, bem como construir a candidatura de Maurício Rands que sequer figura nas últimas pesquisas eleitorais.
A um interlocutor mais próximo, antes do carnaval, o prefeito disse que poderia até abrir mão da disputa, desde que não contassem com os recursos da prefeitura pra nada. Para bom entendedor, meias palavras bastam.
Porém, o prefeito sabe que sem o apoio do governador, suas chances inexistem, numa disputa onde ele tem alta rejeição e carrega o legado de doze anos de duas gestões com muitos erros e raros acertos.
Nada mais justo que alegar doença e sair da disputa como já havia sido ventilado anteriormente. Porém, é fundamental negociar uma saída honrosa, como por exemplo uma secretaria pomposa no governo de Eduardo Campos quando saísse da prefeitura em janeiro. Bem como a garantia de que teria os recursos necessários para eleger-se deputado federal em 2014.
O governador sabe que isso é o mínimo que pode ser feito para a Frente Popular chegar inteira em outubro e se viabilizar para conquistar a vitória no Recife.
A saída de João da Costa agrada Armando Monteiro, Cadoca, Eduardo da Fonte, Paulo Rubem Santiago, Humberto Costa e principalmente João Paulo e Maurício Rands.
Resta saber se a inteligência de Eduardo Campos que o fez quase unanimidade em Pernambuco vai servir para continuar com o comando na capital sem gerar prejuízos visando a sua sucessão em 2014.