Especialistas na área de transportes, empresários e moradores do entorno da Avenida Agamenon Magalhães estiveram, ontem (31.07), em reunião com o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), José Mário Cavalcanti, para agradecer a manifestação do Conselho contrário à construção de quatro viadutos na Agamenon Magalhães. Para o grupo, especialistas e demais entidades que se manifestaram publicamente, a intervenção estava sendo imposta, visto que não houve discussão com a sociedade. Na semana passada, o governado Eduardo Campos sinalizou que iria rever a proposta de construção dos viadutos.

“Não temos dúvida de que a presença do Crea-PE foi fundamental nessa primeira batalha, devido à experiência e ao peso político de um Conselho com mais de 30 mil profissionais. Por isso, agradecemos o esforço do presidente José Mário, que sempre esteve conosco”, disse o engenheiro e um dos líderes do movimento contrário à construção dos viadutos, Stênio Cuentro.

O presidente do Clube Português do Recife, Luiz José Alves Vilella, considerou a atitude de José Mário como “corajosa”. “Você foi contrário aos interesses do Governo porque tem convicção de que a opção apresentada não é a melhor para o Recife. Parabenizo-o pela condução do processo de resposta ao Estado com argumentação técnica, explicando o porquê de não considerar os viadutos como a melhor solução para os engarrafamentos na Agamenon”, destacou Vilella.

Dizendo-se honrado com a homenagem, José Mário lembrou que a batalha foi vencida, mas não a guerra. “Vamos aguardar o fim do processo eleitoral para ver como fica essa questão. Nosso movimento é legítimo, por isso foi exitoso. Consideramos racional e coerente a decisão do governador em rever o projeto”, ressaltou o presidente do Crea-PE.

José Mário aproveitou o momento para também agradecer o empenho de Stênio Cuentro, que deu grande contribuição técnica para sensibilizar o Governo a repensar às intervenções na Agamenon. “Stênio colaborou de forma intensa nessa primeira vitória da população recifense. Ele é um grande guerreiro, competente e teve boa vontade, sendo imprescindível nesse processo”, comentou José Mário.

O presidente sugeriu que fosse recolhido dos candidatos a prefeito do Recife um termo de compromisso de abrir o diálogo para avaliar a necessidade das obras, sendo assim uma decisão coletiva.

O PSB sairá forte de qualquer jeito.

A candidatura de Geraldo Julio, mesmo que não venha a se consolidar no Recife, serviu para aferir a força de Eduardo Campos visando as eleições de 2014. Fazendo uma analogia com o período em que Jarbas Vasconcelos tinha sido reeleito em 2002 e o Grupo Independente liderado por Armando Monteiro abriu dissidência e lançou a candidatura de Joaquim Francisco pelo PTB com o apoio de Roberto Magalhães e muitos outros, podemos observar que Eduardo Campos já está mais forte. Diferentemente do PT que está isolado com Humberto Costa e João Paulo, o PSB conta agora com a força do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), do senador Armando Monteiro (PTB) e de um exército de deputados estaduais e federais. O grande foco de Eduardo é impor uma derrota ao PT no Recife, e isso ele está em vias de conseguir. Afinal, as pesquisas apontam o crescimento da candidatura do seu candidato e uma consolidação dos dois oposicionistas: Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (PSDB) responsáveis por 1/3 do eleitorado. Próximas pesquisas virão, mas o atual cenário demonstra um enfraquecimento do PT no Recife, a sua ilha de poder no estado. Uma eventual derrota enfraquecerá o partido, que perderá o que tem e continuará coadjuvante no projeto estadual, já uma vitória não muda a atual conjuntura do partido que continuará com a prefeitura mas perderá uma cadeira no Senado e outra na Câmara dos Deputados. Com vistas ao projeto nacional de Eduardo, ele tem agido corretamente porque conseguiu unificar os ex-governadores Jarbas Vasconcelos e Joaquim Francisco em torno dele. O capital político obtido por ele é consistente, e se eventualmente vier a conquistar a Prefeitura do Recife com o seu poste, o que parece ser uma tarefa um pouco complicada, se tornará praticamente imbatível nas próximas eleições aqui no estado.

Fernando Gordinho – Candidato a vereador de Jaboatão pelo PCdoB, Fernando Gordinho lançará a sua candidatura no dia 5 de agosto. Gordinho já foi vereador por dois mandatos e pretende voltar nestas eleições. 

Daniel Coelho – A candidatura do tucano Daniel Coelho tende a surpreender muita gente nestas eleições. É um nome leve que vai crescer muito durante a campanha. Suas bandeiras são facilmente perceptíveis pelo eleitorado.

Chapão – Muitos vereadores do PSD se animaram em ser candidatos pelo partido como Sérgio Magalhães, Romildo Gomes, Maré Malta e Gilvan Cavalcanti. Além do candidato Zé Neves. A entrada no chapão da Frente Popular deixou o partido com sérias chances de não eleger nenhum parlamentar.

Chapão 2 – Pela quantidade de candidatos competitivos, estima-se que para ser eleito pelo chapão um vereador precisará de 9 mil votos. Nenhum dos citados chegou nem perto dessa votação.

Edilson Silva – Candidato a governador em 2006 e 2010 e a prefeito em 2008, Edilson Silva é candidato a vereador pelo PSOL. Tende a ter uma boa votação, mas corre o risco de seu partido não superar o quociente eleitoral que é de 23 mil votos e ele não ser eleito.

Waldemar Borges – Disputando pelo PPS, o hoje deputado Waldemar Borges obteve quase 7 mil votos em 2004, como a chapa não superou o quociente eleitoral ele ficou de fora. Edilson Silva está correndo este risco.

Elias Gomes – Contando com o apoio do governador Eduardo Campos, o prefeito Elias Gomes tende a voar em céu de brigadeiro na disputa pela reeleição em Jaboatão. O único adversário consistente é Cleiton Collins, que tem dificuldades de crescimento.

Por Terezinha Nunes

Desde que o deputado federal João Paulo reabilitou, há quadro anos, a famosa tese do andor, conseguindo eleger prefeito do Recife o seu secretário João da Costa, ruiu também em Pernambuco o preconceito contra candidatos sem expressão política que ganham notoriedade a partir do prestígio dos seus padrinhos políticos.

O que não se poderia esperar, porém, é que o andor virasse uma febre como está acontecendo na eleição deste ano, passando, de algo considerado negativo até pouco tempo atrás, a ganhar ares de notoriedade e de valor inestimável.

De repente, não só o candidato do governador a prefeito, o secretário Geraldo Júlio, que os petistas chamam de “poste”, inundou a capital de placas e adesivos onde aparece permanentemente ao lado do seu padrinho e o próprio governador passou a disparar milhares de telefonemas e cartas apresentando-o aos eleitores, como os petistas passaram a trilhar o mesmo caminho.

Desde que o PT, após idas e vindas, escolheu o senador Humberto Costa como seu candidato a prefeito, que, tanto Humberto quando o seu companheiro de chapa João Paulo, lutam bravamente para garantir a presença de Lula em seu material de campanha ou, quem sabe, em um comício ou mesmo falando na TV.

Geraldo Julio, pela pouca expressão até agora demonstrada nas pesquisas e por nunca ter sido testado nas urnas, necessita desesperadamente da força do governador para se tornar competitivo mas Humberto e João Paulo ganharam eleições importantes, são os dois maiores líderes petistas de Pernambuco mas estão agindo como marinheiros de primeira viagem.

Pelos apelos constantes que têm feito a Lula e à presidente Dilma para que estejam em seu palanque mais parecem novos “postes” do que políticos tarimbados.

Esta semana, um bate-boca entre o candidato Geraldo Júlio e o ex-governador Mendonça Filho mostrou que a oposição, através do DEM, também procura resgatar um padrinho, no caso o senador Jarbas Vasconcelos, agora aliado ao PSB e prestes a subir no palanque de Geraldo Júlio.

Irritado porque Geraldo Júlio referira-se à violência nos nove meses em que foi governador, substituindo Jarbas, Mendonça passou a disputar com o socialista o antigo aliado, registrando que foi um dos principais protagonistas de todo o mandato de Jarbas.

Administrador testado, Mendonça esqueceu suas próprias qualidades para entrar na onda do “andor”.

O que fará o eleitor diante disso?

Recife vir a resgatar seu redentorismo e protagonismo, é algo que não pode estar fora de cogitação, até porque desta capital surgiram muitos debates e idéias que empolgaram o Brasil.

Se isso vier a ocorrer o eleitor pode deixar de lado os padrinhos e escolher seu prefeito considerando o candidato mais adequado para conduzir os destinos da cidade neste momento, independente de grupo político ou mesmo de ideologia. Muito menos de andor.

Afinal, não se pode imaginar uma capital onde as pessoas venham a se comportar como se estivessem em algum grotão do interior onde o candidato ficha suja se mantém no páreo até a última hora, como tem acontecido, e, impedido de ser votado pela justiça eleitoral nos últimos minutos do segundo tempo, mantém sua foto na urna eletrônica, o mesmo número, e registra candidato em seu lugar alguém que possa vir a manobrar, mesmo estando fora do poder.

Na eleição do Recife não há fichas sujas nem entre padrinhos nem entre afilhados mas a lógica é igual. Com a diferença de que aqui quem eleger um poste o fará com plena consciência dos seus atos. No interior, por dificuldade de comunicação, muitos acabam votando no número do partido sem saber quem é o escolhido.

CURTAS

Também no sul

Não é só no Recife que a tese do andor está fazendo escola este ano. Em São Paulo, o ex-presidente Lula tenta eleger o ex-ministro Fernando Haddad a prefeito da capital, sem que ele jamais tenha sido testado nas urnas. Desprezou figuras notórias do PT, como a senadora Marta Suplicy, e se aliou a adversários notórios, como Maluf, para erguer seu poste.

Em Garanhuns

O candidato a prefeito de Garanhuns pelo PTB, Izaías Regis, também apoiado pelo PSB, PT e PMDB, está batendo recorde de exibição de andores no interior. Expôs em seu comitê cartazes distintos ao lado de Lula, Dilma, Eduardo, Jarbas e Armando Monteiro. O difícil vai ser o eleitor enxergá-lo junto de tantos protagonistas.

Geléia geral

Como é apoiado por quase todos os grupos políticos no interior, o governador Eduardo Campos tem liberado sua imagem para ser usada por mais de um candidato a prefeito de um mesmo município. Em Garanhuns, por exemplo,apesar do protagonismo de Izaías Regis, deixou-se fotografar, durante o festival de inverno, ao lado do próprio Izaías (PTB), de Silvino Duarte (PSDB) e de Zé da Luz (PHS), todos candidatos a prefeito. Em momentos diversos, evidentemente.

O governador Eduardo Campos coordenou, nesta quinta-feira (26/07), mais uma reunião de monitoramento do Pacto pela Vida. A novidade do encontro foi a participação de uma comitiva formada por membros da Província colombiana de Antioquia, e também representantes da província de Santa Fé, na Argentina. Estiveram presentes também cinco integrantes da Polícia do Distrito Federal e outros dois do Rio Grande do Norte.

Para Eduardo, a visita foi muito bem vinda e serve para aprimorar as ações do Programa. “Esse tipo de visita técnica é super honrosa para nós de um lado, mas também importante pelas dicas que eles trazem. São estudiosos interessados no tema e o olhar deles nos indica sugestões para melhorar o Pacto, que é uma construção permanente. É preciso estar sempre aberto, atualizando e corrigindo”, disse o governador.

Coube ao secretário de Educação e economista, Felipe Barrera, falar em nome do grupo colombiano. Ele agradeceu o acolhimento recebido e destacou a troca de informações com os técnicos pernambucanos. “Estamos aqui para aprender com vocês, queremos alcançar um nível de muito eficiência como o que a gente viu aqui”, afirmou Barrera, que, junto com os outros colombianos, vai conhecer o Porto de Suape nesta sexta-feira (27/07).

Fizeram parte da comitiva também o secretário de Infraestrutura, Mauricio Correa; o secretário de Produtividade e Competitividade, Tomás Mejía; o Diretor Executivo da Agência para a Cooperação e Investimento de Medellín, Juan López; e Economista na Divisão de Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ana Santiago. 

A Fazenda Esperança é uma associação de fiéis, reconhecida pela Igreja Católica, e trabalha em diversos campos sociais, mas o principal é a recuperação de jovens dependentes químicos

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, entregou na manhã desta quinta-feira (26/07), a Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, a cópia do Diário Oficial (DO) do município, que traz a publicação da Lei Municipal 822/2012, aprovada no último dia 04 de julho, na Câmara de Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, em que autoriza a Prefeitura do município a doar um terreno de 30 hectares à instituição Católica para a construção da Fazenda Esperança.

Na ocasião, Elias Gomes mostrou ao arcebispo que o terreno que será doado fica localizado na zona rural do município, em Muribeca, onde era a antiga fazenda Brasília, próxima à cidade e à BR 101 Sul. Além de estar a poucos quilômetros do Aeroporto Internacional dos Guararapes. O prefeito também mostrou ao religioso o Plano Municipal de Combate às Drogas, que tem como meta a prevenção, a repressão ao uso, a assistência e reinserção de usuários.

“Esse é mais um passo importante que estamos dando para ampliar a eficácia no combate às drogas, especialmente na área de assistência, onde a procura tem aumentado consideravelmente. Este equipamento será construído e mantido pela Igreja Católica, mas será um parceiro, onde os jovens, não apenas de Jaboatão, mas de toda Região Metropolitana, terão para se tratarem e serem reintegrados à sociedade”, afirmou Elias.

A Fazenda Esperança é uma associação de fiéis, reconhecida pela Igreja Católica, e trabalha em diversos campos sociais, mas o principal é a recuperação de jovens dependentes químicos. A obra nasceu em 1992, na cidade paulista de Guaratinguetá sob a coordenação do Frei Hans Stapel. A família da esperança tem 74 unidades espalhadas pelo Brasil e em 10 países, dentre eles, México, Alemanha e Filipinas. O projeto abriga a diversidade e a complementariedade de diversas formas de vida.

Dom Fernando Saburido contou que, desde que chegou ao Estado, não deixava de externar o desejo de implantar este projeto no grande Recife. “Em Pernambuco, temos três fazendas no interior do Estado, mas era necessário também implantar aqui na Região Metropolitana. E agora, eu fiquei muito contente porque Jaboatão acreditou nesse trabalho”, contou Dom Fernando.

A Fazenda da Esperança, que será implantada em Jaboatão dos Guararapes, receberá rapazes a partir dos 14 anos de idade, com dependência em qualquer tipo de drogas. A expectativa é que, a princípio, sejam construídas quatro casas. Cada casa receberá até 20 jovens. Além disso, o espaço contará com uma capela, um refeitório e uma casa de triagem. O tratamento dura, em média, um ano e todo o projeto é promovido por voluntários.

A secretária de Desenvolvimento das Cidades de Jaboatão dos Guararapes, Fátima Lacerda, lembrou que toda a parte burocrática para a doação do terreno deverá ser resolvida pela Prefeitura, no entanto, é necessário que a Arquidiocese apresente o projeto arquitetônico de construção da Fazenda Esperança.

O encontro que ocorreu na Cúria Metropolitana, localizada no bairro das Graças, no Recife, também contou com a presença de Karla Menezes, secretária Executiva de Direitos Humanos e Políticas sobre Drogas de Jaboatão dos Guararapes, e do Padre Hélio Nascimento, presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para o Serviço, a Caridade, a Justiça e a Paz.

Por Terezinha Nunes

É comum, na política brasileira, se denominar de “casamento de jacaré com cobra d água” alianças em que os dois  grupos que se juntam  são, em geral, adversários ou mesmo inimigos políticos. Recentemente, assim foi batizado, por comentaristas políticos, o acordo do deputado federal Paulo Maluf  com o ex-presidente Lula em torno do candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Tais “casamentos”, causam perplexidade em grandes centros, eram, até pouco tempo, abominados no interior de Pernambuco, onde a política é tão radicalizada que, na época da ditadura militar, a Arena, o partido oficial e para o qual convergiam quase todos os políticos interioranos, precisou usar do artifício da sublegenda para abrigar todos os contendores no seu entorno. Assim foram criadas as Arena -1, Arena -2 e Arena -3, de triste memória.

Hoje, tal como acontecia no tempo da Arena, quase todos os grupos interioranos são governistas a nível estadual e federal. Poucos se arvoram a se colocar na oposição. Mesmo assim, conservam, em geral,  o acirramento entre si, beneficiados pelo pluripartidarismo o que permite que, nos municípios, o debate se dê de forma clara e a luta pelo poder coloque em lugares díspares as forças governistas e oposicionistas.

Neste ano de 2012, porém, onde têm acontecido “ coisas que até Deus duvida”, como afirmou dia desses um taxista do Recife, tanto a nível local como nacional, a política interiorana aderiu ao pragmatismo puro e simples e sem desfaçatez.

Há municípios onde os casamentos de jacarés com cobras d`água se deram de tal forma que  a eleição já está definida antes mesmo de começar a campanha porque não há oposição ou ela ficou tão frágil que não põe em risco o grupo reinante.

Embora quem entende da política interiorana jure que muito ainda vai acontecer, já estão nesta relação municípios como Terezinha (agreste) e Casinhas ( mata norte)e municípios médios como Tamandaré, na Mata Sul.

Em Terezinha, o prefeito Alexandre Martins (PR) reuniu todos em torno de si e é praticamente candidato único. Em Casinhas, a ex-prefeita Rosineide Barbosa (PSDB) , líder da oposição, virou candidata única depois que ganhou o apoio do prefeito João Camelo (PTB) que indicou o vice Vital Pedro (PSD) na sua chapa.

Em Tamandaré, o candidato a prefeito Hildo Hacker Filho, candidato à reeleição, conquistou o apoio de quase todos os grupos de oposição e é apontado desde já como favorito.

Esta semana o município de Catende, na Mata Sul, foi surpreendido com rumores sobre a possibilidade  de uma fusão entre os grupos rivais de Otacílio  Cordeiro (PSB), candidato à reeleição, e do deputado estadual Rildo Braz. Isto acontecendo, a oposição ficaria restrita ao candidato do PSDB a prefeito, o empresário Romero Pinheiro, que está debutando na política.

O que estaria levando a esta situação? Embora ninguém queira assumir oficialmente, nos bastidores o comentário é de que as campanhas estão muito caras e grupos de oposição preferem se juntar a um prefeito e dividir depois o poder, com os cargos evidentemente, a custear uma campanha e arriscar-se a perder.

Da mesma forma, prefeitos já reeleitos e mal avaliados estão preferindo apoiar a oposição, oficialmente ou não, com a promessa de continuar com espaço na prefeitura. Mesmo em locais onde a oposição não foi dizimada esta tendência de união dos contrários reduziu-a a uma preocupante situação de inoperância e certeza antecipada da derrota.

CURTAS

Perigo ao lado – A proximidade entre os comitês eleitorais de candidatos adversários na disputa deste ano no interior já começou a gerar vítimas. No último final de semana oito pessoas ficaram feridas em Santa Cruz do Capibaribe, num confronto entre militantes do PSDB e PTB cujos candidatos têm comitês na mesma rua. Agora a preocupação é com Caruaru onde os candidatos José Queiroz e Miriam Lacerda inauguraram comitês na mesma avenida e um de frente para o outro.

Raiva – Quem esteve recentemente com o ex-deputado federal José Dirceu diz que a raiva que ele acumula em relação ao governador Eduardo Campos se transferiu também para o ministro Fernando Bezerra Coelho, indicado pelo governador. Desta forma estaria decidido a defender o candidato do PT a prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, dentro do PT, tanto quanto defendeu a candidatura do senador Humberto Costa a prefeito do Recife.

Avaliação – Embora tenha sua administração aprovada por 63% da população de Petrolina, como mostrou esta semana a pesquisa do Blog do Magno, o prefeito Júlio Lóssio tem apenas 36% das intenções de voto. A diferença entre as intenções de votos de hoje e o índice de aprovação demonstra que Júlio tende a crescer durante a campanha. Mesmo enfrentando dois fortes adversários: o deputado federal Fernando Filho (PSB) e o petista Odacy Amorim, ambos empatados com 21%.

Amigos e amigas,

Venho a público informar que no último dia 16 de julho de 2012, fui informado através do sr. Francisco Siqueira, assessor pessoal do presidente do Diretório Estadual do DEMOCRATAS, Sr. José Mendonça Bezerra Filho, que o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco havia enviado uma notificação em atenção a minha pessoa, informando que o meu pedido de candidatura a uma vaga no Palácio de José Mariano (Câmara dos Vereadores do Recife) tinha sido indeferido, alegando que eu não estava filiado a partido algum.

Caros, quero deixar bem claro que esta prossegue, pois realmente o TRE apresentou documentação oficial comprovando o comunicado, eu preenchi a ficha de filiação do partido em março de 2009. Em meados de outubro voltei ao setor de filiação do partido, questionando se tudo estava certo com minha situação no partido e ainda frisei que estava perguntando, pois no próximo pleito iria me candidatar. Mais uma vez o partido disse que estava regular a minha situação partidária. Confiando nisso, em junho deste ano, oficializei minha candidatura atreves da convenção partidária em 29 de junho de 2012 então, começou o pedido de documentação para apresentar ao TRE, certidões negativas, documentos pessoais, assinaturas de requerimentos, procurações e etc.

Toda minha documentação estava regular, mas quando o TRE viu que eu não me encontrava filiado, me mandou uma carta explicando a situação e na carta explicava que se o partido apresentasse o comprovante de filiação ou a própria ficha de filiação poderia deferir o meu pedido de candidatura. Resultado: o partido não encontrou documento algum comprovando minha candidatura, nada foi encontrado. Foi aí que cheguei à conclusão de que havia descaso, desrespeito, irresponsabilidade, negligência e falta de compromisso para com minha candidatura.

Quero dizer que estarei à disposição da cidade do Recife para discutir temas como mobilidade urbana, combate às drogas, capacitação profissional, educação, saúde pública, segurança cidadã,  dentre outros. Fica o meu até breve e o meu muito obrigado a todos aqueles que acreditaram neste projeto, que não foi finalizado, mas sim adiado.

Até breve!

Alyson Fonseca.

O universitário Alyson Fonseca de 22 anos se filiou ao Democratas em março de 2009 e pretendia disputar um mandato na Câmara Municipal do Recife pelo partido nas eleições deste ano.

O jovem chegou até a fazer a solicitação do registro da candidatura, com toda a documentação necessária. Quando estava contactando amigos e divulgando a sua candidatura, chegou a notícia bombástica que ele não poderia ser candidato.

Questionado como se sentia com o fato ocorrido, Fonseca disse: “Me sinto traído pelo partido, justo comigo isso aconteceu, uma pessoa que sempre levantou a bandeira do partido mesmo prestando serviços para a PCR eu atuava nos protestos contra a gestão do PT na Prefeitura. É assim que eles me retribuem?”

Alyson Fonseca estuda quais medidas irá tomar: “Primeiro enviei um e-mail para a direção do partido cobrando providências, agora estou preparando uma nota pública para explicar minha situação aos meus eleitores e ainda estou vendo com o advogado, Dr. Rui Gustavo se cabe alguma ação judicial”.

Os tabus da eleição no Recife.

Desde a redemocratização, tivemos seis eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife. Em todas elas, o governador não conseguiu eleger o prefeito, foi assim com Miguel Arraes e Marcus Cunha em 1988, Joaquim Francisco e André de Paula em 1992, Miguel Arraes e Roberto Freire em 1996, Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães em 2000, Jarbas Vasconcelos e Cadoca em 2004. Com uma única exceção, em 2008, onde o prefeito apoiou o seu candidato e o elegeu. Mas a vitória se deu mais pela força de João Paulo, prefeito na época do que pela  de Eduardo Campos.  Inclusive Eduardo lançou um candidato alternativo, que foi Cadoca, que terminou com uma pontuação mínima, ficando com apenas 3% dos votos válidos. Um outro tabu diz respeito ao processo de prévias no PT. Em todo o país, nenhum partido que cassou o direito de um executivo com possibilidades de reeleição por meio das prévias saiu vitorioso. Isso aumenta a possibilidade de Humberto não sair vitorioso, vale lembrar que exceto na disputa pelo Senado em 2010, quando contava com o apoio irrestrito da Frente Popular, o candidato do PT perdeu todas as eleições majoritárias que disputou. Não bastasse isso, o candidato do DEM Mendonça Filho disputou duas eleições majoritárias e não conseguiu sair vitorioso. A disputa pela Prefeitura do Recife já começa com grandes chances de entrar para a história, porque os tabus estão aí para serem quebrados em todos os palanques.

Pegou mal – A equipe de comunicação de internet do candidato Geraldo Julio (PSB) fez uma sátira com a imagem do humorista Mussum, utilizando alguns jargões que o personagem utilizava. O PT não perdeu tempo e já o chama de racista.

Elias Gomes – A articulação do prefeito tucano foi tão bem feita que ele terminou ficando sem adversários, nomes como João Fernando (PSB) e Luiz Carlos (PTB) acabaram ficando no seu palanque. Restou apenas Cleiton Collins para lhe enfrentar.

Olinda – Outro que se articulou bem e ficou sem adversários foi Renildo Calheiros (PCdoB), saíram Ricardo Costa (PTC) e Alf (PMN), que foram pro palanque do comunista restando os moribundos Armando Sérgio (DEM) e Izabel Urquiza (PMDB).

Disputas – Além do Recife, a briga será acirrada em Caruaru, Afogados da Ingazeira, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.

PSDB – O partido de Sérgio Guerra lançará quarenta candidatos a prefeito em Pernambuco nestas eleições, pretende eleger pelo menos 25. Os tucanos têm atualmente 19 prefeituras.

Em pouco mais de dez dias de campanha, a candidatura de Geraldo Julio (PSB) já conta com importantes apoios no setor produtivo recifense. O futuro prefeito foi bastante elogiado por empresários dos setores imobiliário e da construção civil durante encontro realizado no inicio da tarde de hoje (17), na sede da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE).

O empresário Gustavo Dubeux foi quem melhor traduziu o sentimento do setor. “Se você for na Prefeitura 50% do que foi no Governo do Estado, será o melhor prefeito do Recife”, cravou. O diretor-presidente do Grupo Moura Dubeux ressaltou que Geraldo é um dos “grandes responsáveis pelo êxito da gestão Eduardo Campos (PSB)”. “Sou testemunha do seu trabalho, as coisas não acontecem por acaso. Você foi decisivo na vinda da Fiat, por exemplo”, salientou Dubeux.

Na abertura da reunião, o presidente da Ademi-PE, Eduardo Moura, agradeceu a iniciativa do candidato em debater um novo Recife com a entidade e lembrou a atuação de Geraldo à frente das secretarias estaduais de Planejamento e Gestão e Desenvolvimento Econômico. “A gente sabe da sua capacidade. Conhecemos o seu trabalho no Governo de implantar a meritocracia e acompanhar a gestão. Nós o vemos muito preparado para administrar o Recife”, enalteceu.

Presidente do Conselho Consultivo da Ademi-PE, Alexandre Mirinda argumentou que Geraldo possui uma das melhores qualidades de um gestor público, que é a disposição de ouvir as pessoas. “O que você senta e acerta com ele, acontece. Quando não é possível fazer, ele também diz logo. Tenho certeza que na Prefeitura ele terá essa mesma clareza”, avaliou Mirinda.

Durante o almoço-debate, Geraldo ouviu mais do que falou. Ao expor suas ideias, disse que é preciso ter “clareza” e “objetivo definido”. “A cidade precisa ficar atenta às oportunidades e se colocar de maneira pró-ativa. Trazer para a economia mais empreendedores”. “O Recife pode abrigar os escritórios, os centros de pesquisa e outros núcleos das empresas que desembarcam em Pernambuco”.