No dia de ontem (31/10) o município de Limoeiro, no Agreste Setentrional, foi palco de uma Audiência Pública que discutiu os problemas enfrentados pela Bacia do Rio Capibaribe e as obras de reparo da Barragem de Jucazinho.
Realizado na sede do Poder Legislativo Municipal, o encontro foi motivado por sugestão do deputado estadual José Humberto (PTB) e reuniu membros da Comissão de Meio Ambiente da ALEPE e da Frente Parlamentar pela Revitalização, Perenização e Despoluição da Bacia do Rio Capibaribe, das quais o parlamentar é vice-presidente e coordenador, respectivamente, além de técnicos de órgãos públicos, políticos da região e representantes da sociedade civil organizada.
Na reunião, técnicos expuseram as condições do reservatório, comentaram alternativas para retomar o abastecimento em municípios próximos e ressaltaram a necessidade de recuperar a Bacia do Capibaribe.
Revitalização – A necessidade de recuperação de áreas degradadas ao longo do Rio Capibaribe, que abrange a região, também foi levantada durante o encontro. Superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Pernambuco, Francisco Campello observou que, quando as condições ambientais são adequadas, os riscos de crise no abastecimento são menos frequentes. “A bacia hidrográfica precisa estar bem cuidada, ou não adianta ter reservatório.”
A mesma preocupação foi manifestada pelo coordenador da Frente pela Revitalização do Capibaribe, deputado José Humberto (PTB). “A água não nasce na torneira, e as cidades ao longo do rio jogam esgoto in natura nas águas”, criticou o petebista, que disse contar com diferentes setores da sociedade no esforço pela despoluição do curso d’água. “Vamos envolver prefeituras, ONGs, igrejas, todos os que precisam ter uma bacia tratada”, disse.
Durante o encontro, José Humberto reforçou o seu empenho em reunir R$ 1 milhão em recursos para que sejam destinados à Secretaria Estadual de Meio Ambiente com propósito de serem utilizados em ações voltadas à recuperação do Rio Capibaribe. Segundo o parlamentar, os recursos serão provenientes de emendas parlamentares dos 49 deputados. “Lancei semana passada a proposta para que cada deputado estadual destine a quantia de R$ 20 mil reais em emendas parlamentares para tal finalidade. Esta mobilização conjunta possibilitará que ações concretas sejam realizadas ao longo desta importante Bacia com a finalidade de recuperara-la”, afirmou o deputado.
Jucazinho – Fiscal do Dnocs responsável pelas obras emergenciais, Jackson Oliveira explicou que as intervenções já realizadas, ao custo de R$ 8,5 milhões, asseguram a integridade do reservatório por ora. Uma segunda etapa ainda está pendente, mais custosa, e pode sofrer com atrasos caso aconteçam cortes no orçamento, segundo observou Oliveira. “Temos que ficar em alerta com relação a contingenciamentos, porque o Governo Federal vem tendo problemas de caixa e isso pode afetar essa última fase”, afirmou.
Engenheiro da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Clênio Torres sublinhou que, por ser improvável a ocorrência de chuvas na região que encham o reservatório, as chances de acontecer uma fatalidade em razão dos danos na Barragem de Jucazinho são reduzidas. Ainda assim, por conta das graves consequências de um eventual rompimento, é preciso concluir as obras de recuperação o quanto antes. “Mesmo a possibilidade sendo muito pequena, não podemos aceitá-la”, pontuou.
Segundo o gerente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Mário Heitor, o problema pode começar a ser amenizado com o término de obras de abastecimento em Caruaru, no Agreste, previsto para o final do ano. Com o fim das intervenções, explicou o gestor, parte da água que hoje abastece o município do Polo de Confecções deve ser destinada às cidades sem água. “A população não pode mais esperar”, comentou.
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