A causa animal tem sido muito usada nas eleições deste ano, como uma bandeira de políticos que nunca estiveram , de fato, à frente do problema mas que usam como mote de campanha . A jornalista Goretti Queiroz, candidata à vereadora pelo PR, é um dos nomes que está , há dez anos, à frente da luta pelos direitos dos animais no Brasil. Ela tem participado de vários movimentos nacionais , inclusive o que visa instituir o partido político ANIMAIS, o primeiro partido animalista da América Latina e o 14 no mundo.
Nos últimos anos Goretti vem dando atenção especial aos animais de grande porte fazendo o papel do poder público no resgate e atendimento dos equinos doentes e debilitados pelas ruas, depois de explorados de forma desumana pelos carroceiros. Segundo ela, em 2013 foi aprovada pela Câmara Municipal do Recife a Lei nº 17.918, que proíbe carroças puxadas por animais no Recife, no entanto ainda não foi regulamentada pelo prefeito, ou seja, na prática a Lei não existe de fato, enquanto isso, os cavalos, jumentos e burros continuam sendo explorados carregando carroças com peso acima da capacidade de suportar. “O resultado dessa omissão são animais feridos e muitos chegam a morrer por não aguentarem tanto sofrimento”, desabafa a ativista.
Com a falta de vontade política do poder público de cumprir suas obrigações, Goretti pegou às rédeas do problema e desde o ano passado tem ido às ruas resgatando os animais peso pesado que são abandonados doentes, debilitados, muitos com problemas físicos, entregues à própria sorte.
“Dedico-me a estes animais porque são massacrados nas vias públicas e ninguém se move. Esses animais precisam de espaço, de tratamento veterinário, de boa alimentação e um lar seguro, até porque temos que ter muito cuidado e critérios rígidos nas adoções para eles não serem vendidos e voltarem a ser explorados’, afirmou .
Esse trabalho tem sido possível graças aos voluntários, criando uma rede de solidariedade com a ajuda de veterinários para os primeiros socorros, transporte para o resgate e de pessoas com sítios ou espaços seguros que possam acolher ou adotar os equinos.
Esta luta começou quando Goretti encontrou uma égua largada atolada dentro de um mangue na periferia do Recife, que deu o nome de Luara, em fevereiro 2015. Sua luta para salvar este animal foi comovente e mobilizou as redes sociais. Luara não resistiu aos maus tratos e depois dela mais 26 equinos foram tratados e resgatados das ruas em situações semelhantes.
De 2015 até agora foram resgatados ou atendidos nas ruas pela protetora 28 animais de grande porte, entre cavalos e jumentos. Desse total, 17 estão hoje adotados em sítios e chácaras e outros não resistiram e acabaram morrendo vítimas dos maus tratos e abandono.
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