O Dia do Estudante é um dos principais marcos da luta da juventude brasileira por mais direitos. Por diversas vezes, a juventude foi às ruas exigir o fim da depredação das instituições de ensino, resistir às tentativas de privatização do Ensino Superior e para garantir o caráter eminentemente público da Educação como um direito e não um ramo de exploração do mercado.
Durante muito tempo a Educação foi tratada como privilégio de poucos, mas nos últimos anos, graças ao protagonismo da juventude e aos governos progressistas, muitas dificuldades foram combatidas. O acesso ao Ensino Superior nunca foi tão democrático quanto depois que o PT promoveu a interiorização e o fortalecimento das Universidades Federais. O investimento público no Ensino Técnico, atacado (e praticamente proibido) pelos tucanos, foi retomado e também houve sua ampliação para além dos grandes centros urbanos. O Ensino Básico hoje é financiado em todas as suas fases também pelo Governo Federal, acabando com aquela história de só ter alimentação escolar para os estudantes de Ensino Fundamental e de estudante do Ensino Médio ter que pagar pelos livros para estudar.
Mas nem por isso, paramos de lutar! Se antes o desafio era chegar até os mais altos níveis de conhecimento, hoje o desafio é manter e ampliar as políticas que garantem a assistência e a permanência a quem chega à Universidade. A Extensão, como ferramenta de transposição dos conhecimentos construídos na academia para o seio da sociedade, precisa ser o caminho natural do processo educativo, contribuindo para a superação das desigualdades seculares que maculam nossa História e persistem. A pesquisa precisa se fortalecer enquanto ferramenta indispensável para a construção de nossa soberania científica. A infraestrutura de nossas instituições precisa acompanhar o ritmo de crescimento, oferecendo ambientes saudáveis e capazes de nos proporcionar as melhores condições de produção científica.
Para isso, é essencial barrar na agenda do Legislativo projetos que atentem contra os investimentos, como o projeto de autoria do Senador José Serra, do PSDB de São Paulo, que visa oferecer o pré-sal à exploração pela iniciativa privada. A ironia poderia passar batida por quem não estuda história, mas não para quem busque nela os argumentos para atuar politicamente: José Serra foi presidente da UNE, a mesma entidade responsável pela campanha “O petróleo é nosso”, que conquistou a sociedade brasileira e levou Getúlio a construir a Petrobras. A sanha dos tucanos em atacar a Educação e a Petrobras, vem de longe (basta conhecer um pouco do que foi o governo FHC, pra saber). Houve um tempo em que Universidades Federais sofreram ameaças de privatização, assim como a Petrobras, que quase passou a se chamar Petrobrax, para agradar a ouvidos gringos.
É preciso afirmar a necessidade dessas lutas para que não se confunda governo avançado e fim das movimentações sociais. Nunca tivemos essa ilusão. Governo é governo, sua legitimidade precisa ser respeitada e a Democracia precisa ser compreendida como meio e finalidade da política. Movimento é movimento, precisa ter a consciência de que governos respondem a estímulos diversos, vindos dos mais amplos setores da sociedade e que a imobilidade social provoca retrocessos nos direitos já conquistados, pois na política, “espaço vazio se ocupa”.
Já disse Milton Nascimento: “Se muito vale o já feito, mais vale o que será!”. Estamos na luta e dela, não vamos arredar o pé.
Américo Rodrigo – Militante do MAIS PT – Caruaru, estudante e militante da Juventude do PT.
Marcelo Serra Diniz – Coordenador de Organização do MAIS PT – Caruaru, estudante de Comunicação Social da UFPE, ex-Diretor de Relações Internacionais da Ubes e da União dos Estudantes de Pernambuco.