Nascido em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era o neto mais velho de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco por três oportunidades. Aos vinte e poucos anos virou chefe de gabinete do avô. Desistiu de um doutorado no exterior para fazer política. Em 1990 alcançou o seu primeiro mandato para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.
No ano de 1992 disputou a prefeitura do Recife, ficando em quinto lugar no pleito vencido por Jarbas Vasconcelos. Em 1994 foi eleito deputado federal pela primeira vez, quando decidiu se licenciar do cargo para assumir a secretaria da Fazenda do governo Miguel Arraes.
Em 1998 alcançou mais um mandato de deputado federal, tendo sido reeleito em 2002. No ano de 2004 após ter participação brilhante na Câmara dos Deputados foi alçado ao posto de ministro da Ciência e Tecnologia, sendo considerado um dos melhores auxiliares do então presidente Lula.
Nas eleições de 2006, após o falecimento de Miguel Arraes em 13 de agosto de 2005, disputou o governo de Pernambuco como um azarão. Junto com sua tribuna 40 foi conquistando os rincões de Pernambuco e ao final do primeiro turno conseguiu ir para a segunda etapa contra o então governador Mendonça Filho. Nele, venceu a eleição com mais de um milhão de votos de vantagem, tendo mais de 65% dos votos válidos. Aquela eleição teve um significado muito histórico, pois foi na base da emoção, do gasto de sola de sapato e de muita conversa que Eduardo chegou ao seu sonho de governar Pernambuco.
Ao assumir ao lado de João Lyra Neto em janeiro de 2007 protagonizou transformações socioeconômicas no estado. A sua promessa dos três hospitais foi cumprida à risca, as UPAs deram um novo patamar a saúde pernambucana. No âmbito da educação, implantou centenas de escolas em tempo integral, distribuiu tablets com alunos e professores, instituiu o décimo quarto e décimo quinto salários aos professores que tiveram bons desempenhos em sala de aula, criou o programa ganhe o mundo, levando jovens de baixa renda para o exterior. Dentre outras ações que mostravam a característica diferenciada dele.
Buscando a reeleição, disputando contra o seu maior adversário, ex-governador e senador Jarbas Vasconcelos, venceu a disputa com mais de 83% dos votos válidos e uma vantagem superior a 3 milhões de votos, construindo a maior vitória eleitoral da história de Pernambuco. Em 2011 a sua mãe, deputada Ana Arraes, reeleita com quase 400 mil votos para a Câmara dos Deputados, foi indicada pela Casa Legislativa ao Tribunal de Contas da União. Fato que gerou questionamentos na conduta de Eduardo por parte da mídia nacional. Em 2012 decidiu lançar o seu secretário de desenvolvimento econômico Geraldo Julio como candidato a prefeito do Recife. O projeto deu certo e seu pupilo liquidou a eleição no primeiro turno.
Por fim, deixou o governo de Pernambuco em abril deste ano no intuito de candidatar-se a presidente da República. Conseguiu uma jogada política ousada que era impensável que foi a aliança com Marina Silva, tendo a ex-senadora como vice na sua chapa. Eduardo vinha se posicionando bem nas entrevistas que dava, como a de terça-feira no Jornal Nacional que recebeu a aprovação de milhares de brasileiros pela sua posição clara e consistente no telejornal de maior audiência do Brasil.
Quis o destino que o brilhantismo do neto de Arraes fosse interrompido por um acidente aéreo em Santos. Eduardo Campos era daqueles que irradiavam o lugar onde chegava. Sempre simpático e acessível, falava com todos sem qualquer distinção. Era político na essência. Talvez o mais brilhante político da nova geração.
Eduardo soube enfrentar os momentos de ostracismo e lidar com os momentos de sucesso. Foi o governador com a maior aprovação popular da história de Pernambuco e dificilmente alguém conseguirá suplantá-lo. Dada a sua inteligência, sagacidade e ousadia.
O Brasil ficou mais pobre, Pernambuco perdeu mais um dos seus filhos ilustres, a política ficou sem o seu brilhantismo. Que Deus conforte os familiares do eterno governador de Pernambuco que ontem saiu da vida para entrar pra história.
Vá em paz, mestre Eduardo Campos!
Obs.: Excepcionalmente não teremos a coluna política do blog.
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