Com o objetivo de apurar crimes de fraude em licitação, superfaturamento e lavagem de dinheiro, uma comitiva de vereadores acompanhou de perto o andamento de obras contratadas pela Prefeitura de Goiana após denúncias de irregularidades. Aproximadamente sete obras conduzidas pela empresa Calserv Caldeiraria & Serviços Eireli, localizadas na sede do município e nas praias de Carne de Vaca, Ponta de Pedras, Catuama e Barra de Catuama, foram alvos de fiscalização dos parlamentares.
De acordo com os vereadores, as investigações apontaram que foi contratada uma empresa para execução de obras públicas nas praias que não tinha capacidade operacional e financeira para a execução dos serviços. Além da falta de condição técnica e financeira para desenvolver as obras, há também indícios de vínculos suspeitos entre a Calserv Caldeiraria & Serviços Eireli e a Emanuelle Construções Ltda, empresa que já prestou serviços na reforma das escolas municipais em 2017 e ainda não conseguiu entregar todas as obras contratadas.
Quatro licitações estão sendo investigadas, as de número 134/2019, 137/2019, 143/2019 e 169/2019. Estão sendo investidos pelo Poder Executivo Municipal exatamente R$ 1.430.361,34 (um milhão, quatrocentos e trinta mil, trezentos e sessenta e um reais e trinta e quatro centavos) para o pagamento de sete obras: a reforma de duas praças e do prédio da administração de Carne de Vaca; reforma do prédio da subprefeitura de Ponta de Pedras; reforma do prédio do antigo SAMU, no centro da cidade; e reforma dos PSF’s de Catuama e de Barra de Catuama.
Faziam parte da comitiva os vereadores Carlinhos Viégas (PSB), Sargento Torres (PSB), Quinho Fenelon (MDB), Irmão Jairson (PRP), Marcos Leal (Avante), Bruno Salsa (PSB), André Rabicó (PL), Josemar Leite (PTB) e Flávio Fuba (PSC).
O presidente da Câmara, Carlinhos Viégas, declarou que as denúncias recebidas são graves e há fortes indícios de que os envolvidos nestas obras usaram empresas de fachada para desvio de recursos municipais. “Uma série de denúncias chegaram na Câmara relacionadas ao processo licitatório e o desenvolvimento das obras que envolvem a empresa Calserv. A nossa obrigação enquanto vereadores é a de averiguar quaisquer ações ilícitas no desenvolvimento das atividades. É preciso saber se o dono da empresa não vem servindo de ‘laranja’ para outras pessoas mais poderosas que ele”, disse.
Dentre as denúncias constatadas estavam reaproveitamento de madeira desgastada por cupins na reforma do prédio da subprefeitura de Ponta de Pedras. “As denúncias são gravíssimas. Nós, vereadores, visitaremos todas as obras. O nosso trabalho será realizado e haverá investigação. Pois, como constatado por nós na visita em Ponta de Pedras, populares nos relataram que a obra na subprefeitura vem sendo feita de maneira precária. Um verdadeiro descaso”, concluiu Viégas.
O relatório das supostas fraudes e irregularidades serão encaminhadas para o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), Ministério Público de Pernambuco e Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco.
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