“A sociedade já se sacrificou bastante, chegou a hora de flexibilizar o isolamento social. Os municípios com menores índices de Covid-19 merecem ser tratados de forma diferente”, argumenta o deputado estadual Antonio Coelho (DEM), defendendo que as cidades pernambucanas tenham liberdade para assumir o protagonismo do planejamento e da execução das decisões que envolvam o enfrentamento à pandemia do coronavírus. Neste sentido, o democrata protocolou junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (26), uma Indicação solicitando ao Governo do Estado a definição de diretrizes gerais e protocolos sanitários setoriais a fim de que possa conceder autonomia aos prefeitos para implementarem (ou não) a flexibilização das medidas de isolamento social em suas cidades a partir de 1º de junho de 2020.
O parlamentar destaca a importância do isolamento social como método eficaz para evitar um colapso na saúde, no entanto, ressalva a necessidade de se manter a ponderação ao adotá-lo, reconhecendo a pluralidade e a diversidade dos municípios, tanto social quanto economicamente. “Não faz sentido uma pequena cidade, com uma economia rural e dependente de um pequeno comércio, ser submetida a um isolamento social de todos os seus cidadãos quando é possível a adoção de medidas de controle sanitário local, diferentemente dos grandes centros urbanos onde essa ação tem maior dificuldade de execução”, aponta o democrata.
Na avaliação de Antonio Coelho, a descentralização dessa responsabilidade, a partir de um planejamento baseado em diretrizes definidas com as autoridades sanitárias do governo federal, estados e municípios, além de resguardar as vidas, pode salvar empresas e empregos em pequenos municípios de Pernambuco, evitando, assim, reflexos significativos para a economia dessas cidades e do Estado. O deputado ressalta que essa experiência está em vigor em outros estados brasileiros e com êxito, a exemplo de Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e São Paulo, cuja gestão sinalizou a flexibilização da quarentena em algumas regiões do Estado a partir do próximo mês.
A sensibilidade do governo estadual, segundo o democrata, é fundamental neste momento, com atuação para equilibrar o isolamento social exigido para o necessário “achatamento da curva de contágio” com as medidas econômicas, que salvaguardem os empregos e as empresas, a fim de que o Estado possa superar essa grave crise de saúde, mas que também é socioeconômica. “E as medidas que ora sugerimos, tomadas sempre de forma gradual e controlada, vão trazer um resultado significativo para salvar economia do Estado, mas em sintonia com o setor da saúde”, ressalta o parlamentar.
FERRAMENTAS – O deputado ressalta que o documento “Estratégia de Gestão de Riscos”, elaborado pelo Ministério da Saúde, é uma diretriz nacional para que o gestor tome a melhor decisão em relação ao distanciamento social para o enfrentamento da Covid-19 no Brasil. Entre as recomendações, o Ministério da Saúde também reforça o uso de instrumentos de apoio à gestão já existentes, como: monitoramento de casos sintomáticos e contatos; calculadora de pressão sobre os leitos; bem como o simulador de estimativa de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
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