
Deputado pediu licença do mandato e ficou nos Estados Unidos alegando ‘perseguição do Judiciário’
Aliados do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já preveem quando ele voltará ao Brasil, depois de ter se afastado do mandato, na última semana, alegando supostas perseguições do Judiciário.
Pessoas próximas ao parlamentar opinam que o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) só deve retornar ao país em julho ou agosto do ano que vem, próximo às eleições, quando deve se lançar candidato ao Senado por São Paulo ou compor uma chapa à Presidência com o apoio do pai.
Antes disso, depois do movimento de decidir permanecer nos Estados Unidos, na avaliação de correligionários, Eduardo daria a impressão de ter “blefado”.
Há ainda outra perspectiva sob avaliação no partido: fora do Brasil, fazendo a interlocução com a direita internacional e sem se envolver diretamente em polêmicas do Congresso, Eduardo não se desgastaria e ganharia votos, enquanto o pai se vê às vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que pode torná-lo réu por participação em uma trama golpista. Assim, teria sua candidatura ainda mais impulsionada ao voltar para o Brasil.
Na última semana, Eduardo anunciou licença do posto por um período inicial de quatro meses, Depois, disse não ter “a mínima possibilidade de voltar ao Brasil”, mesmo depois de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter se manifestado contra a apreensão do passaporte do parlamentar, que era apontada por ele como principal motivo para abrir mão do mandato. O caso foi arquivado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que se Eduardo pedisse asilo político, “o Trump daria na hora”.
— Não há a mínima possibilidade de eu voltar ao Brasil, não é um lugar seguro para fazer oposição, mesmo com o meu passaporte — afirmou o deputado em entrevista à Revista Oeste.
O movimento do filho do ex-presidente, que surpreendeu parte do Congresso, é mais uma tentativa de mobilizar aliados diante do possível revés no STF. Na semana passada, Bolsonaro liderou uma manifestação esvaziada em Copacabana, no Rio, onde fez apelos ao Legislativo por uma anistia aos condenados do 8 de Janeiro. Agora, Eduardo pretende ficar nos Estados Unidos, segundo ele, até que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, seja punido por “abuso de autoridade”. A ideia é continuar a dialogar com integrantes do governo Donald Trump e tentar exercer uma pressão externa sobre a Justiça brasileira. Mesmo licenciado, Eduardo Bolsonaro não perde o mandato, apesar de o salário ser cortado. Na terça-feira, Bolsonaro sugeriu que já recebeu pedidos para manter o filho no exterior e indicou que ele próprio pode bancá-lo financeiramente.
Fonte: Folha de Pernambuco
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