Recentemente tive uma conversa com um passarinho que canta no Palácio que me disse que o perfil ideal para o candidato de Eduardo era alguém que fosse o melhor governador sem necessariamente ser o melhor candidato. Isso me fez entender que naturalmente ele não estaria falando de Fernando Bezerra Coelho, que depois de Eduardo, seria indiscutivelmente o melhor quadro do PSB de Pernambuco.
O problema é que político não gosta de sombra e se eventualmente FBC fosse eleito governador e Eduardo perdesse a disputa presidencial, naturalmente poderia querer cantar de galo no quintal de Eduardo. Obviamente receberia estímulos consistentes do governo federal para romper com o presidente nacional do PSB.
Surfando numa inédita popularidade, Eduardo tem gordura pra queimar e condições políticas para viabilizar o seu sucessor. Optando por Paulo Câmara, um técnico qualificado que não possui arestas com os pares nem ficou tentando a indicação pela imprensa, Eduardo tem condições de fazer um novo Geraldo Julio, desta vez no governo de Pernambuco.
A estrutura financeira para viabilizar a candidatura do seu pupilo estaria assegurada, a frente política que lhe sustentou nestes sete anos está até ampliada. Não haveria nome melhor que Paulo Câmara para colocar em prática esse projeto.
Quando Eduardo queria lançar o novo a nível nacional ele teria que fazer o mesmo aqui. Se optasse por João Lyra ou FBC estaria indo de encontro ao que vem pregando para a disputa presidencial. Sobrariam nomes como Tadeu Alencar, Antônio Figueira e Maurício Rands. Por quê não um deles? Porque apenas Tadeu Alencar poderia encampar essa tese do “novo”.
Porém, as movimentações de Tadeu visando ser o escolhido acabaram por colocar em xeque a confiança do chefe, que pelo mesmo motivo que o levou a vetar FBC, acabou inviabilizado. Restou Paulo Câmara, o curinga do governador.
Câmara já foi secretário de administração, de turismo e agora da fazenda. Conhece os pontos-chave da gestão Eduardo. Economista de 41 anos, tem o perfil que o governador traçou para a sua sucessão.
Com a definição de Paulo Câmara, Eduardo buscará fomentar o nome dele nestes pouco menos de três meses que terá a frente do executivo estadual para deixá-lo em boas condições de disputa contra Armando Monteiro.
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