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Informações do site Veja – Diante das notícias sobre a decisão da deputada federal pernambucana Marília Arraes de deixar o PT, a também deputada e presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, procurou a correligionária para tentar demovê-la da ideia nesta quinta-feira. Mas sem sucesso.
Segundo interlocutores das duas ouvidos pelo Radar, Gleisi pediu a Marília que lhe desse um tempo para resolver a questão eleitoral no Estado e prometeu apresentar uma proposta até este sábado.
O partido cedeu a vaga na disputa pelo Governo do Estado ao PSB, que indicou o deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato, e deve indicar o representante da Frente Popular ao Senado. Marília era uma das postulantes, mas tudo indicava que seria barrada. Ela conta com a resistência do senador Humberto Costa, que defende o nome do deputado Carlos Veras. A atuação dele, aliás, é apontada a principal razão para a desfiliação.
Na conversa desta quinta, a presidente do PT ouviu de Marília que a decisão já estava tomada e que ela não estava fazendo chantagem, pois já havia tentado ao máximo chegar a uma solução pacífica dentro da legenda, mas sequer foi ouvida pela própria Gleisi. A paranaense se justificou dizendo que não havia o que conversar antes com a pernambucana porque o partido ainda não havia tomado uma decisão.
Gleisi ainda usou o argumento de que ela ainda teria até o fim da janela partidária, no dia 1º de abril, para tomar sua decisão, mas Marília disse que precisa definir logo o novo partido para montar sua chapa e atrair possíveis candidatos.
Irredutível, a deputada de Pernambuco quer anunciar sua futura legenda até terça-feira. Hoje, ela está dividida entre o Solidariedade de Paulinho da Força, o mais provável, e o MDB. O primeiro é menor e está sem lideranças no Estado, o que daria a ela carta branca para comandar as articulações. Já o segundo tem mais recursos do fundo partidário e tempo de TV.
Fora do PT, ela também cogita disputar o Palácio do Campo das Princesas contra o candidato do PSB, que governa o Estado há quase 16 anos, mas ainda poderá se candidatar ao Senado. Em pesquisas recentes no Estado, ela lidera com folga as intenções de votos para a Casa Alta do Congresso. Em um levantamento do mês passado, ela também aparece em primeiro lugar para governadora.
Em 2018, Marília foi a segunda mais votada para a Câmara dos Deputados em Pernambuco, com quase 200 mil votos, atrás apenas de João Campos (PSB), seu primo. Os dois disputaram a Prefeitura do Recife em 2020 no segundo turno, e ele venceu a eleição. Para o pleito desse ano, a intenção dela é abrir um novo palanque para Lula, mesmo fora do PT, e unir a oposição não-bolsonarista ao PSB no Estado.
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