Tudo começou ainda em 2005 quando havia a colocação das pré-candidaturas de Mendonça Filho (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB) a governador de Pernambuco com o apoio do então governador Jarbas Vasconcelos, bem como as pré-candidaturas de Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB), ambos com o apoio do então presidente Lula.
O tucano Sérgio Guerra foi rifado do processo para que Mendonça Filho fosse o nome da União por Pernambuco na disputa, enquanto Humberto Costa e Eduardo Campos foram mantidos, Humberto como o candidato de Lula, Eduardo como alternativo.
Sabia-se que se Sérgio Guerra tivesse sido o candidato escolhido por Jarbas, a candidatura de Eduardo dificilmente seria levada a diante. O destino quis que Eduardo fosse eleito com consagradora votação para o governo de Pernambuco.
Os mendoncistas por muito tempo atribuíram a derrota acachapante para o socialista ao ‘corpo-mole’ do tucano. Mas todos nós sabemos que Mendonça é ruim de voto e perderia para qualquer candidato.
Em 2008 o PSDB apoiou a candidatura de Raul Henry, hoje aliado formal de Eduardo Campos, que ficou em terceiro lugar na disputa vencida por João da Costa (PT). Já em 2010, Jarbas Vasconcelos foi forjado a uma candidatura para fortalecer o palanque de José Serra (PSDB), candidato a presidente.
Com mais uma derrota acachapante, foi a vez de Jarbas Vasconcelos culpar Sérgio Guerra. Mas todos nós sabemos que não havia condições de Jarbas sair vitorioso naquele pleito. A prova foi tanta que hoje ele está ao lado de Eduardo Campos.
Nas eleições de 2012, o PSDB e o PSB estiveram juntos formalmente em Santa Cruz do Capibaribe, em Jaboatão dos Guararapes, em Olinda, em Ipojuca, em Moreno e em muitas outras cidades. Apenas em Recife, em Caruaru, no Cabo e em Petrolina PSDB e PSB estiveram em campos opostos, por questões meramente locais, diferentemente da aliança entre Eduardo Campos e Sérgio Guerra, líderes do PSB e do PSDB, respectivamente.
Na Assembleia Legislativa, a bancada do PSDB é composta atualmente por seis parlamentares, são eles: Betinho Gomes, Claudiano Martins, Antonio Moraes, Daniel Coelho, Edson Vieira e Carlos Santana. Como os dois últimos foram eleitos com o apoio de Eduardo Campos, Terezinha Nunes e Eduardo Porto os substituirão.
O que, naturalmente, deixará a bancada do PSDB rachada ao meio, com Betinho Gomes, Daniel Coelho e Terezinha Nunes querendo fazer oposição a Eduardo Campos e Claudiano Martins, Antonio Moraes e Eduardo Porto querendo apoiá-lo.
Na bancada federal, Bruno Araújo e Sérgio Guerra são aliados informais do governador. Isso está tão cristalino quanto a água.
Na disputa pela prefeitura do Recife, muitos analistas davam como certa uma polarização entre PT e PSB, enquanto o PSDB seria mero coadjuvante. Na verdade, o crescimento de Daniel Coelho foi mais pelo fato de ser uma novidade do que propriamente por representar uma oposição ao PSB de Eduardo Campos. O PSDB foi protagonista pela conjuntura do pleito, um fato isolado diante da conjuntura política local.
PSDB e PSB são aliados formais em Minas Gerais, na Paraíba, no Paraná, em São Paulo e em muitos outros estados. Em Pernambuco continuam na informalidade, mas existem mais convergências do que divergências entre as siglas.
É uma posição extremamente complicada o PSDB continuar na oposição ao governador Eduardo Campos. No que diz respeito ao prefeito Geraldo Julio é de se aceitar pela circunstância eleitoral, mas as siglas são mais sinônimas do que antagônicas sob o ponto de vista do conteúdo programático, do modelo de gestão, das alianças locais e nacionais, etc.
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