Entrevista de Dilma Rousseff foi um fiasco
Não é novidade pra ninguém a dificuldade que a presidente Dilma Rousseff possui para falar em público e formular raciocínios na televisão. Essa característica da petista foi mais uma vez evidenciada ontem na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional da Rede Globo, ancorado por William Bonner e Patrícia Poeta. A entrevista realizada no Palácio do Planalto teve duração de quase dezesseis minutos, com alguns segundos a mais que as pontuais entrevistas de Aécio Neves e Eduardo Campos na semana passada. Os jornalistas perguntaram sobre corrupção, saúde e economia e em nenhum dos temas abordados teve alguma resposta da presidente que se aproveitasse. Sobre o mensalão a presidente disse que não cabia a ela fazer juízo de valor ao fato de seus aliados que foram presos por corrupção serem considerados pelo PT como heróis. No âmbito da saúde, falou do Mais Médicos mas não foi capaz de responder ao questionamento de Patricia Poeta sobre a saúde se tinha melhorado ou piorado nestes doze anos de governo do PT. No âmbito da economia, Dilma chegou a afirmar que a inflação estava zerada. Quando no acumulado ela ultrapassa os sete pontos percentuais. Ficou evidente que a presidente pode ter inúmeras qualidades, afinal ninguém chega gratuitamente ao posto mais importante da política brasileira, mas ela se mostrou novamente despreparada para falar sobre temas espinhosos do seu governo. Vale salientar que a postura da bancada do JN foi a mesma das entrevistas anteriores, evidenciando assim a imparcialidade cobrada por muitos que acompanharam as duras entrevistas que foram realizadas anteriormente. O desempenho neste tipo de programa pode auferir ou retirar preciosos pontos de um determinado candidato já que a média de audiência do telejornal global é de mais de vinte pontos. Em suma, a presença de Dilma ontem no Jornal Nacional foi um tremendo gol contra para a campanha petista que almeja liquidar a fatura no primeiro turno.
Renata declinou – Conforme antecipamos ontem em nossa coluna, a viúva de Eduardo Campos, Renata, declinou da possibilidade de ser vice na chapa de Marina. O nome para o posto será mesmo o de Beto Albuquerque.
Injetar ânimo – O PSB está preocupado com que a desvantagem nas pesquisas e a ausência de Eduardo façam com que integrantes da Frente Popular migrem para o palanque de Armando Monteiro. Por isso os discursos são de ânimo aos socialistas no intuito de não deixar a peteca cair.
Mudanças – A mudança na cabeça de chapa também foi levantada dentro do PSB. Alguns movimentos davam conta de lançarem Fernando Bezerra Coelho ou João Lyra Neto para governador. Mas com medo da emenda sair pior do que o soneto, preferiram seguir com Paulo Câmara.
Autonomia – Agora mais do que nunca o candidato Paulo Câmara precisará mostrar autonomia para conduzir sua campanha e naturalmente se mostrar capaz de ser governador. A história mostra que Pernambuco não gosta de eleger gente sem atitude para o Palácio do Campo das Princesas.
RÁPIDAS
Boa sacada – O senador Armando Monteiro, líder em todas as pesquisas, anunciou ontem que manteria a campanha de rua paralisada até hoje, só retomando amanhã. Quis fazer um contraponto com o PSB que nem bem enterrou Eduardo e já quis ir pra rua.
Datafolha – O Datafolha divulgado ontem mostrou o quanto Marina Silva é competitiva. Em poucos dias da morte de Eduardo, já possui quase o triplo das intenções de voto do ex-governador. Além disso, praticamente garantiu a existência do segundo turno.
Inocente quer saber – Será que todos os guias eleitorais de hoje homenagearão Eduardo Campos?
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