Por Elias Gomes*
Recebi de muitas pessoas queridas, uma versão de que a derrota da seleçāo brasileira (quarta colocada na “Copa das Copas”) estaria debitada a uma negociata com a Fifa, que faz todos os dias e, há muitos anos, muitas e escandalosas negociatas. Mas ao meu ver, não é por aí…
Essa história de que a seleção se vendeu não tem o menor cabimento, seria uma operação de riscos ilimitados e, inevitavelmente, seria desmascarada. O que é grave, é que essa história nos tira do foco da questão: No Brasil se faz as coisas na base da esperteza, da improvisaçāo, da falta de ética e, isto, pode até dar certo algumas vezes, mas nunca a vida inteira. Nada é para sempre! Um dia a casa cai!
O que precisamos discutir é uma nova ética, ou melhor, uma atitude ética no futebol, nos negócios, na política, na relação entre as pessoas e, mais do que entre as pessoas, uma relaçāo ética com a natureza, enfim com o mundo. Agir assim, com esperteza, nos influencia demasiadamente para baixo, para o oportunismo!
Seja no futebol, na economia, na educação, na política, no desenvolvimento do País, precisamos refletir sobre uma atitude mais responsável, solidária, profissional no melhor sentido, mas, sobretudo, humana e fraterna, que não combina com atalhos que podem nos levar a “ganhos” imediatos, mas com grande prejuízo a médio e longo prazo. Sāo atitudes insustentáveis!
Nós todos precisamos aproveitar este momento e tirar lições valiosas que nos conduzam a uma nova atitude. Precisamos fazer, todos nós brasileiros, a crítica certa, mas, sobretudo, uma profunda autocrítica.
Por este caminho que estamos trilhando, não iremos muito longe, ou teremos que percorrer um longo caminho para um dia chegar lá!
Abaixo a arrogância, a cartolagem, a politicagem, a esperteza de que se tem que levar vantagem em tudo. Este tipo de Brasil é o Brasil que não dá certo. Um Brasil que acerte precisa ser reinventado com nova consciência e atitudes!
*ELIAS GOMES é prefeito de Jaboatão dos Guararapes
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