Duas vezes candidato a prefeito do Recife, em 2012 e 2016, Daniel Coelho nunca contou com um palanque robusto quando tentou o comando da capital pernambucana, apesar disso teve resultados expressivos, com destaque para a primeira tentativa quando obteve 28% dos votos válidos.
Nas eleições de 2018, Daniel deu uma demonstração de que não era individualista e buscava o espírito de grupo quando apoiou Armando Monteiro para o governo, Mendonça Filho e até mesmo Bruno Araujo para o Senado. Quem acompanhou de perto as articulações da oposição, Daniel sempre foi defensor da candidatura de Armando a governador, sendo muito correto com o petebista.
Até com Bruno Araújo, que tinha tido uma rusga na saída do PSDB, Daniel buscou ajudá-lo na campanha. O que se observou foi uma atitude correta por parte do deputado do Cidadania. O gesto de Daniel em 2018 não foi reconhecido pelo tripé da oposição. Mendonça Filho, que em 2018 lançou-se ao Senado, e lançou duas candidaturas a deputado federal e estadual, perdendo as três, decidiu colocar sua postulação mesmo sabendo que isto dividiria a oposição, que já tinha Daniel como nome natural.
Armando Monteiro, que é um homem centrado e respeitado por todos, tinha a condição política de encaminhar um entendimento em torno de Daniel, fazendo a justa reciprocidade de 2018, mas preferiu não se posicionar até a situação entre Daniel e Mendonça ficar de difícil entendimento. Bruno Araújo, por sua vez, não nutria simpatia por Daniel Coelho devido aos problemas de quando eram do mesmo partido, o PSDB, mas por ser um homem de elevado espírito público poderia buscar o entendimento em prol de Daniel, o que não aconteceu.
A corda esticou, e a situação entre Daniel e Mendonça ficou insustentável. A oposição fez a sua opção de correr o risco real de perder dividida do que ter qualquer chance de apresentar uma candidatura claramente competitiva representada por Daniel Coelho, que já havia mostrado ser um candidato de chegada.
O desfecho não tinha como ser diferente, hoje a guerra oposicionista deixou todos feridos e muito próximos de uma guilhotina, num risco real de ver a eleição ser polarizada entre o socialista João Campos, a petista Marília Arraes, primos e herdeiros de Arraes, e a neófita Patrícia Domingos, que foi a grande beneficiária desta pataquada da oposição no Recife.
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