Tramita na Assembleia Legislativa, projeto de lei de iniciativa do deputado Guilherme Uchoa Júnior que propõe o título de patrono da arte de barro em Pernambuco ao ceramista popular e músico Vitalino Pereira dos Santos, conhecido mundialmente por Mestre Vitalino.
Uchoa disse que a honraria é o mínimo que pode ser feito em memória do artista genial que se distinguiu pela excepcional contribuição à arte popular em Pernambuco.
Nascido em Caruaru em 10 de julho de 1909, Vitalino era filho de um lavrador e de uma artesã, que fazia panelas de barro para vender na Feira de Caruaru, no agreste pernambucano. Sua obra foi inspirada em figuras das crenças populares em cenas do universo rural e urbano, assim como nos rituais e no imaginário da população do sertão nordestino.
Desde criança começa a modelar pequenos animais com as sobras de barro usado por sua mãe, na produção de utensílios domésticos. Na década de 60, criou a Banda Zabumba Vitalino, da qual era tocador de pífano principal. Nessa época, mudou-se para o povoado do Alto do Moura para ficar mais perto do centro de Caruaru.
Apesar do seu grande talento, sua atividade de ceramista permanece desconhecida até 1947. Mestre Vitalino só começa a ganhar notoriedade, anos depois, ao participar de feiras e exposições de cerâmica pernambucana dentro e fora do país.
A partir daí, seu trabalho ganha espaço na Revista Esso (1959) e no Jornal das Letras (1953), publicações muito prestigiadas à época. Nesse mesmo período, o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais edita o livro Vitalino, de autoria do antropólogo René Ribeiro. Em 1971, é inaugurada no Alto do Moura, onde ele residiu grande parte de sua vida, a Casa Museu Mestre Vitalino.
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