Após atingir pico de 300 pacientes suspeitos da Covid-19 aguardando, temporariamente, vaga de UTI no mês de maio, a rede pública de saúde de Pernambuco conseguiu zerar, neste domingo (07.06), a fila por um leito de terapia intensiva voltado para Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Neste momento, de acordo com dados da Central de Regulação de Leitos, que é responsável pelo encaminhamento de pacientes aos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, as solicitações ativas de pacientes com a doença têm disponibilização imediata de leito, já que a oferta é maior que a demanda.
“É importante destacar que Pernambuco, por já possuir uma rede de saúde robusta e com uma condição de suporte respiratório diferenciado, conseguiu garantir a assistência a todos os pacientes, mesmo enquanto esperavam momentaneamente por um vaga de terapia intensiva. Todas as nossas salas vermelhas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das emergências hospitalares contam com suporte de oxigêncio e respiradores, que inclusive foi reforçada durante os preparativos da rede para enfrentar a pandemia”, ressalta o secretário André Longo. Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta o Estado como o oitavo mais bem equipado de respiradores pulmonares do país, mesmo antes da pandemia, com uma taxa de 28,6 respiradores por 100 mil habitantes – a melhor proporção entre os Estados do Norte e Nordeste.
Para alcançar a marca de zerar a fila de UTI, o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife realizaram, ao longo dos últimos meses, o maior esforço de abertura de leitos da história da Saúde Pública de Pernambuco. Além disso, durante o período de quarentena mais rígida, entre 16 e 31 de maio, o Estado e a capital alcançaram os maiores níveis de isolamento social do país.
Pela gestão estadual, já foram colocados em funcionamento 1.543 leitos, distribuídos em 20 municípios, englobando todas as quatro macrorregiões de saúde de Pernambuco. Desse total, 688 são vagas em Unidades de Terapia Intensiva e 855 em enfermarias. Já a Prefeitura do Recife abriu sete hospitais de campanha e colocou para funcionar, nos últimos dias, cerca de 100 leitos, totalizando agora 864 vagas ativas, sendo 212 de UTI e 652 de enfermaria.
“Chegamos até aqui graças a maior operação política, sanitária e logística já registrada na historia da nossa Saúde pública. Em 18 de março, ao lado do prefeito Geraldo Júlio, anunciamos que iríamos abrir mil novos leitos para enfrentar a Covid-19. Hoje, somando Estado e Prefeitura da Capital já colocamos à disposição dos pernambucanos 2.407 leitos, sendo 900 de UTI e 1.507 de enfermaria. Vamos continuar reforçando nossa capacidade de atendimento para dar uma assistência digna à população”, afirmou o governador Paulo Câmara em pronunciamento neste domingo.
“Além deste grande esforço de abertura de leitos, esta marca que alcançamos hoje é fruto da decisiva colaboração dos pernambucanos, que entenderam a mensagem e adotaram um isolamento social mais rígido, além de medidas de proteção e de distanciamento social que precisam continuar sendo adotadas com a reabertura gradual das atividades a partir da próxima segunda-feira (08.06)”, destaca André Longo.
A diminuição da pressão sobre a rede de saúde é uma tendência que está sendo observada nos últimos dias pela Central de Regulação de Leitos de Pernambuco. As solicitações de internação, que chegaram a mais 2,1 mil em meados de maio, reduziram mais de 30%, e chegaram a 1,4 mil na semana passada. Essa tendência de redução vem sendo observada ao longo das duas últimas semanas.
Também nas 15 UPAs estaduais, que são a principal porta de entrada da rede de urgência e emergência, a redução da curva epidêmica e da taxa de transmissão no Estado já está sendo sentida. Os atendimentos a pacientes com quadros respiratórios apresentaram uma queda de 60% na comparação de junho com maio deste ano, passando de 662 no dia 05 de maio para 269 em 05 de junho.
“Mesmo com dados positivos, ainda não é momento de relaxarmos. O Governo de Pernambuco vai continuar fazendo sua parte, trabalhando para abrir novos leitos e criar as condições para que possamos prosseguir nossa caminhada rumo a uma nova normalidade. Com isso, a tendência é que possamos reduzir, ao longo dos próximos dias, a taxa de ocupação dos leitos”, finaliza André Longo. Atualmente a taxa média de ocupação dos leitos dedicados à Covid-19 está em 76%, sendo de 62% nos leitos de enfermaria e 96% nos leitos de UTI.
O secretário adiantou, na última sexta-feira (05.06), durante coletiva de imprensa transmitida pela internet, que novos leitos de UTI serão abertos, nos próximos dias, nos hospitais de Referência Covid-19 – unidade Olinda (maternidade Brites de Albuquerque); Mestre Vitalino, em Caruaru; e Dom Moura, em Garanhuns. Além disso, ventiladores de transporte estão sendo encaminhados para reforçar as salas vermelhas dos hospitais Regional de Ouricuri, Dom Moura, além da UPA de Caruaru e UPAE de Garanhuns.
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