Carta aberta à população de Camaragibe
Como é de conhecimento público, vivi a desagradável experiência de ter sido infectado pelo novo Coronavírus. Graças a Deus, os meus sintomas não evoluíram para o quadro mais grave da doença e me recuperei totalmente. Ficar isolado do seio familiar foi, sem dúvida, o pior momento. Hoje, neste 13 de maio, no dia em que a minha cidade Camaragibe comemora sua emancipação política, aproveito para fazer uma reflexão.
São dias duros de um tempo difícil que vivemos, onde, lamentavelmente, já perdemos milhares de pessoas em todo mundo. Grande parte delas pela falta de planejamento da administração pública.
Camaragibe é um grande exemplo dessa falta de planejamento e gestão. Até março, início dos casos de Covid-19, a Secretaria de Saúde não havia cadastrado sequer a população para que o município recebesse recursos suficientes para operações de saúde básica que atenda a 100% da demanda. O resultado disso é a perda de recurso para um setor tão sensível.
Especificamente, em relação a pandemia, as decisões que temos visto são atabalhoadas. As poucas ações preventivas implantadas falharam, não há transparência quanto aos recursos disponíveis e aplicados, e, por fim, há inversão de prioridades. Essa soma de fatores negativos transformou Camaragibe em uma das cidades brasileiras com maior coeficiente de incidência e letalidade por Covid-19.
Recursos na ordem de meio milhão de reais, que deveriam servir para a compra de respiradores e ampliação de leitos de UTIs, agora serão gastos na ampliação do cemitério municipal. É o selo de autenticidade de que o Governo Municipal perdeu a guerra sem lutar como deveria.
Por aqui, seguiremos dialogando e planejando o desejo de um novo tempo para Camaragibe.
Beto Accioly, ex-deputado estadual
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