Por Terezinha Nunes
Prestes a enfrentar uma campanha política que pode vir a ser uma das mais acirradas do país, sobretudo se o presidente Lula, como anda prometendo, vier a Pernambuco disposto a usar sua popularidade para melhorar a votação da presidente Dilma Rousseff, o PSB e o PT devem ter começado a colocar as barbas de molho e refazer cálculos e estratégias após a pesquisa divulgada esta semana pelo Jornal do Commércio e realizada pelo Instituto Maurício de Nassau.
O Instituto, que vinha evitando medir a popularidade do governador e da presidente após as manifestações populares do meio do ano, concluiu que Eduardo tem hoje sua administração avaliada como ótima ou boa por 54% da população e 12% a julgam como ruim e péssima – o restante considera regular ou não quis responder – e a presidente tem 37% de ótimo e bom e 24% de ruim e péssimo.
Tanto um quanto outro, conforme a pesquisa, tiveram a avaliação bastante afetada a julgar pelo que acontecia no início do ano quando, nem o povo tinha ido às ruas protestar e nem se tinha certeza – o que se tem agora – de que petistas e socialistas estariam dispostos a ir para o embate, o que se consumou depois que os dois partidos se afastaram nas administrações nacional e estadual nas quais estavam juntos há 10 e há 6 anos, respectivamente.
O governador Eduardo Campos, por exemplo, chegou perto de 80% de ótimo e bom em levantamentos do Ibope e Datafolha até o meio do ano. Seus índices de ruim e péssimo se situavam entre 1 e 2%. Agora ele tem 58% de ótimo e bom no Ibope (julho) e 54% no IPMN. A presidente, que tinha mais de 60% de ótimo e bom no estado está agora com 37%.
Além disso, a percepção de que o PT e o PSB vão estar em palanques separados pode estar evitando que tanto o governador quanto a presidente venham recuperando o terreno perdido no estado após as passeatas. Em todo o país, a presidente e os governadores chegaram a uma involução enorme após as manifestações mas nos meses de agosto e setembro começaram a se recuperar.
Em Pernambuco o governador que tinha 58% de avaliação positiva no último levantamento do Ibope em julho, está com 54%, ou seja, caiu um pouco mais. A presidente tem hoje em Pernambuco um índice abaixo do que vem conseguindo em outros estados do país neste momento. Como Dilma venceu com folga no estado em 2010 chegando a mais de 70% dos votos e perdeu, por exemplo, no sudeste naquele ano, ter no quadro atual em Pernambuco percentuais parecidos aos que possui em estados onde não foi bem votada como São Paulo é, no mínimo, intrigante.
E o jogo ainda nem começou. Os embates mais fortes estão por vir.
Hoje, no confronto direto com o ex-presidente Lula, o governador Eduardo Campos perde no estado, conforme o IPMN. No embate com Dilma, que será a candidata, o governador ganha. Mas, além de não se saber até que ponto Lula conseguirá equilibrar este jogo, o levantamento demonstrou que o futuro é de incertezas para os dois lados.
O PT começa a querer colocar no colo do governador a responsabilidade pelo rompimento. Se um discurso desse pode não colar na capital , onde Eduardo, mesmo assim, é menos popular que no interior, no agreste e sertão, onde o bolsa família injeta mais recursos na economia de alguns municípios do que a receita mensal da Prefeitura, este é um discurso perigoso.
O atual senador Jarbas Vasconcelos foi vítima na eleição de 2010 de uma cruzada petista em todo o interior proclamando que ele era contrário ao bolsa família e por isso combatia Lula e Dilma quando, na verdade, ele condenava o uso do programa como moeda de troca com os eleitores. Deu no que deu.
CURTAS
Sinais trocados – O PSB continua a exibir na TV propaganda dizendo que o governador Eduardo Campos tem 87% de popularidade quando o índice é, hoje, mais de 30 pontos menor, conforme as últimas pesquisas.
Mulher em alta- A bancada feminina na Alepe aumenta esta semana com a posse da deputada Beatriz Vidal, do PTC. Ela substituirá por quatro meses o deputado Eriberto Medeiros (PTC) que pediu licença para tratar de assuntos particulares.
Tereza – Conhecida como a mais fluente e combativa dos deputados da bancada do PT na Alepe, Tereza Leitão anda tímida nas críticas ao Governo do Estado na tribuna mas nas audiências públicas já começou a dar estocadas, sobretudo naquelas onde se discute os direitos dos trabalhadores na educação.
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