Um governo que se retroalimenta de crises
Com dez meses de existência, o governo Jair Bolsonaro poderia ser lembrado como aquele que gerou quase 800 mil empregos, reduziu a taxa básica de juros ao menor patamar da história, com 5% ao ano, ou o que possibilitou o país a crescer 0,8% dando sinais de retomada da economia. Ainda poderíamos citar a redução recorde da violência, porém é de confusão que o governo do presidente Jair Bolsonaro gosta.
Inobstante a tentativa frustrada de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos Estados Unidos, e ter que colocá-lo como líder do PSL na Câmara dos Deputados como prêmio de consolação, coube ao filho do presidente mais uma declaração estapafúrdia que foi sugerir a instituição de um novo AI-5, que para quem não sabe, ele foi um ato que cassou os parlamentares de oposição ao governo em 13 de dezembro de 1968 durante o regime militar.
Em pleno regime democrático, com as instituições sólidas, é quase que impossível que um ato arbitrário como este se repita, porém a declaração do filho do presidente da República tem uma repercussão maior do que a de qualquer parlamentar, e cria uma polêmica desnecessária para o governo, que vem sofrendo diariamente um bombardeio da mídia tradicional.
Só o tempo irá dizer qual será o resultado desta estratégia de quase diariamente o governo criar uma confusão para talvez desviar o foco de coisas que realmente importam para o país. Há uma linha tênue entre a estratégia dar certo ou dar errado, por enquanto o presidente Jair Bolsonaro tem o que comemorar, mas não se sabe até quando essa retroalimentação de crises deixará o governo e o próprio presidente incólumes.
Mandato participativo – A participação popular tem sido uma das tônicas do mandato do deputado estadual Delegado Erick Lessa. Enquanto a população reclama do distanciamento dos políticos tradicionais, Lessa sinaliza uma forma diferente de trabalhar. Uma das iniciativas é o projeto Deputado Presente, por meio do qual o parlamentar percorre bairros da periferia de Caruaru para escutar as demandas da população e encaminhá-las aos órgãos responsáveis. Na noite desta quinta-feira, 31, o projeto ocorreu no bairro Santa Rosa. “É momento de oferecer respostas conectadas às reivindicações dos cidadãos”, disse o deputado.
Desagravo – A Associação MP Pró-Sociedade divulgou nota de desagravo à promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, do caso Marielle, diante “da tentativa de assassinato de sua reputação, apenas por ter exercido seu direito de cidadania ao se posicionar, durante a campanha eleitoral, favorável a um candidato”. Após a coletiva em que isentava o presidente da República, no caso do depoimento do porteiro, a promotora foi alvo de várias matérias negativas na imprensa, apenas por, no dia da eleição em 2018, ter postado foto em rede social com uma camisa da campanha de Bolsonaro (PSL).
RÁPIDAS
AI-5 – A possibilidade do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ser processado criminalmente pela sua declaração sobre o AI-5 é remota, devido à imunidade parlamentar. A Constituição Federal garante que os parlamentares são “invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Já a punição no conselho de ética da Câmara dos Deputados seria possível, pois se trata de um juízo meramente político.
Workshop – Com quase o triplo da capacidade inicial de inscrições, o workshop “Eleições 2020 conhecendo as novas regras” realizado ontem na Universo foi um sucesso absoluto. A procura foi tanta que em breve anunciaremos nova edição a ser realizada ainda em 2019.
Inocente quer saber – A Justiça Eleitoral irá permitir que candidaturas coletivas continuem acontecendo em 2020?
William Pontes diz
Nada do que está passando o país no campo político é novidade. Quem tem uma inteligência mediana já fescortinava tais problemas pela falta de cognição do atual presidente, e que como candidato já mostrava o caminho dessa tosca narrativa. Os filhos agiam com uma soberba e vi9lencia típica do clã. Nada, mas nada mesmo é novidade, nem para aqueles que praticaram o autoengano. Quanto a promotora o mínimo que deveria ter feito era levantar suspeição e sair do caso.
Edmilson diz
Interessante, um comentário do filho do Presidente repercute dessa maneira, mas e o que está acontecendo com a soltura de todo aquele pessoal? Porque vcs não falam dessas ações do STF? Muito fácil essas falácias, mas quando o caso é pra valer todo mundo ficar com a boca fechadinha ou porque tem rabo preso ou talvez seja apoiam essas solturas?