O governador Eduardo Campos já enfrentou diversos obstáculos na vida pública. Tem couro de elefante e voo de águia para lidar com as idas e vindas da política. Demonstrou isso quando conseguiu reverter uma eleição que parecia sem chances em 2006 para governador e posteriormente quando eleito no decorrer do seu governo.
Antes de virar governador, Eduardo fez do limão uma doce limonada, pegando o modesto Ministério da Ciência e Tecnologia e iniciou as pesquisas com Células-Tronco que revolucionaram a saúde brasileira. Fazendo um comparativo com Humberto Costa, então ministro da Saúde, uma pasta muito mais vistosa e importante, Eduardo acabou se saindo melhor que o hoje senador.
Em meados de 2012 chegou a declarar que o jogo de 2014 para presidente já estava jogado, dando a entender que apoiaria a reeleição da presidente Dilma Rousseff, naquele momento muito bem-avaliada. Porém, uma retomada na relação com o senador Jarbas Vasconcelos, afastado durante vinte anos, fez com que o governador optasse por lançar um projeto próprio para o Recife, onde acabou vitorioso no primeiro turno.
Com a força acumulada nas eleições de 2012, tanto em Pernambuco como fora do estado com o seu PSB, o governador se viu capaz de disputar a presidência da República em 2014. As manifestações de rua potencializaram a sua postulação. O país clama por alguém que seja novo e não esteja atrelado ao passado.
Mesmo sendo político tarimbado, o pernambucano consegue representar o novo, primeiro porque Dilma Rousseff é a continuidade dos 12 anos do PT na presidência, Aécio Neves representa a volta ao PSDB, partido que teve papel importante na reestruturação da economia brasileira, mas que possui uma certa rejeição da sociedade. Restam Marina e o socialista.
Marina Silva significa a negação política. Política é do confronto de ideias, da discussão de projetos e a mesma não consegue se inserir neste grupo. Ela atinge uma parcela da sociedade que não gosta de política e não acredita nos políticos, que vota apenas para protestar.
Mas existe o flanco da sociedade que visualiza a capacidade de gestão como algo importante para conduzir os rumos da nação, que acredita no novo político que faz uma nova política e não aquele que nega a política. Talvez Eduardo se enquadre neste último grupo e possa crescer durante o ano de 2013 e em 2014 consolidar o seu projeto.
Os avanços obtidos pelo socialista em Pernambuco são vistos em vários setores. Na saúde, na educação, na segurança, etc. Existem gargalos? Obviamente. Mas se existisse uma fórmula mágica para tudo dar certo não teria necessidade de eleições, não haveria motivos para debater o futuro da nação, etc.
A entrevista de Eduardo Campos nesta quinta-feira ao Programa do Ratinho deixou clara a postulação do socialista à presidência da República. Se fosse candidato ao Senado, à Câmara Federal ou pretendesse continuar no cargo de governador, ele não precisaria ir a programas nacionais. No fim do seu mandato, o objetivo seria apenas eleger o sucessor.
Agora resta ao governador, que já tem até data para isso, romper com o PT a nível federal, trata-se do dia 7 de outubro quando ele entregará todos os cargos no governo federal ocupados pelo PSB. Além do mais, ele precisa construir alianças partidárias para viabilizar um bom tempo de televisão e falar ao Brasil. Ele já tem negociações abertas com DEM, PPS e PDT, podendo angariar PSD, PTB e PR, além dos nanicos PTC, PSL, etc. Se dessas siglas o socialista atrair pelo menos quatro além do seu PSB, seu tempo de televisão será de aproximadamente 5 minutos e com isso ele terá plenas condições de falar o que pensa sobre o Brasil.
Eduardo é mais candidato a presidente do que nunca. Quem duvidar disso vai quebrar a cara.
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