Paulo Câmara monta time para vencer desafios
Nos últimos dias muitas teses foram levantadas sobre a formação da equipe do governador Paulo Câmara para esta segunda etapa. Além da questão política que estava em jogo, era preciso montar um time que pudesse representar novos ares para um governo que nos últimos quatro anos foi muito contestado e que seria fundamental apresentar respostas imediatas para justificar o crédito de confiança depositado pelos pernambucanos ao governador Paulo Câmara. A segurança pública que era um gargalo nos três primeiros anos, encontrou seu caminho somente entre o final de 2017 e o decorrer de 2018, os resultados foram obtidos por Antonio de Pádua que foi mês a mês colhendo resultados que foram determinantes para ajudar o governo a resolver o problema da violência. A sua manutenção era primordial para o governo seguir alcançando resultados.
No tocante à Casa Civil, o governo trouxe de volta Nilton Mota, que abdicou de uma reeleição líquida e certa na Assembleia Legislativa de Pernambuco para ajudar o governador Paulo Câmara. Nilton é um verdadeiro leão de chácara do governador, e quem o conhece sabe da sua lealdade e da sua disposição em contribuir com o governo. A sua escolha além de um reconhecimento, evidenciou a necessidade de a Casa Civil exercer um forte protagonismo na segunda etapa, uma vez que estará em jogo além da funcionalidade do governo, a eleição em 2020 na sucessão de Geraldo Julio e principalmente a sucessão de Paulo Câmara em 2022, quanto mais organizada a articulação política, melhor para o PSB. A escolha de Rodrigo Novaes, apesar das idiossincrasias referentes à indicação, é uma opção que reconhece não só a força eleitoral do deputado como principalmente a sua capacidade política e sua fidelidade ao governador. Talvez o grande erro do governo nesta escolha não tenha sido o nome, mas a condução de como foi feita a opção, uma vez que André de Paula tinha sido um dos aliados mais disciplinados do governador.
Em relação à falta de deputados federais no secretariado, muito se levou em conta a demasiada autonomia dos parlamentares de Brasília. Em 2015 o governador chegou a convocar quatro nomes, Danilo Cabral, Felipe Carreras, André de Paula e Sebastião Oliveira, para o seu secretariado. Era preciso dar uma dinâmica de maior subordinação dos secretários ao governador, o que com os deputados federais era menor do que com os deputados estaduais. Ao convocar somente dois deputados estaduais, os dois do chapão da Frente Popular, o Palácio mandou um recado duro àqueles que fizeram a opção de realizar ou participar de chapinhas. Alguns chegaram a sair de partidos do chapão de olho em facilidades e acabaram dando com os burros n’água, e receberam a resposta na formação do futuro governo.
Os demais nomes, especialmente aqueles que demonstraram trabalho exitoso na gestão de Geraldo Julio no Recife, foram importantes para apontar um caminho de que o case da gestão municipal, bem-avaliada pelos recifenses, deve ser implantado também no estado, com destaque para Alexandre Rebelo, Marcelo Bruto e Fernandha Batista que possuem currículo e resultados necessários para o novo governo que estará sendo implementado. Paulo Câmara independentemente do que venha a acontecer daqui pra frente, entendeu o recado dos pernambucanos, e decidiu manter o que estava dando certo e mudar o que precisava ser aprimorado. A aposta foi feita numa nova equipe que terá a missão de garantir um ambiente político propício para o PSB continuar com sua hegemonia tanto em 2020 quanto em 2022.
Comemoração – Deputados estaduais gostaram muito da escolha do colega Aluisio Lessa para a secretaria de Ciência e Tecnologia do governo de Pernambuco. Sempre muito atencioso e brincalhão, Aluisio poderá ser bastante solícito com os parlamentares e ajudar na interlocução da Casa com o governo. Foi um gol de placa e uma unanimidade sua escolha.
Declínio – O que fez a vice-governadora Luciana Santos declinar de assumir Meio Ambiente foi o fato de também ser presidente nacional do PCdoB. Ela teria que se desdobrar em muitas atribuições e poderia atrapalhar sua atuação como vice-governadora, que demanda tempo, e principalmente dirigente partidária que precisa de muita dedicação.
André Campos – Figura bastante atenciosa e solícita no governo, André Campos acabou assumindo a presidência da Copergas. A estatal garante condição de trabalho que lhe dará novos desafios a partir de 2019. André é um grande aliado do governador e está disposto a servir o governo nesta nova missão.
Sebastião Oliveira – O deputado federal Sebastião Oliveira pela primeira vez exercerá seu mandato na integralidade em Brasília. A sua ida para a Câmara Federal lhe dará condições de repetir o trabalho do tio, Inocêncio, que foi um dos melhores deputados federais da história de Pernambuco. Já estava mais do que na hora de Sebastião ficar na capital federal.
Não deu – Apesar de ter subido à tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco enaltecendo o futuro mandato do seu filho, o deputado Marcantonio Dourado acabou não sendo contemplado com a formação do secretariado. Setores palacianos avaliam que a cota de ajuda ao deputado ocorreu em 2015 quando ele ficou na suplência e assumiu o mandato. Nesta eleição ele correu do PSB, lançou o filho pelo PP e acabou derrotado. Se tivesse ficado no partido certamente tinha sido eleito.
RÁPIDAS
Fernando Dueire – Primeiro suplente do senador Jarbas Vasconcelos, Fernando Dueire novamente acabou não aceitando ocupar cargos no secretariado do governador Paulo Câmara. Dueire preferiu seguir fora de cargos públicos porque é muito bem relacionado e entendeu que tem mais a contribuir ficando onde está.
Cartas – Na avaliação de um parlamentar, a escolha do secretariado com protagonismo de nomes ligados ao prefeito Geraldo Julio evidenciou que o prefeito seguirá dando as cartas tanto no governo quanto na sua sucessão em 2020, sendo o grande vitorioso deste processo.
Inocente quer saber – Quando o governador Paulo Câmara fará um justo afago a André de Paula?
Ivan diz
Bom dia !!! Caro Edmar, só para lembrar que Sebastião Oliveira é primo legítimo de Inocêncio Oliveira e não sobrinho